2013/09/21

Grupo armado ataca shopping e mata ao menos 39 no Quênia

Grupo militante islâmico somali assumiu autoria do ataque pelo Twitter; testemunha descreveu local à BBC como zona de guerra.

Ataque ocorreu em shopping de luxo (Foto: Khalil Senosi/AP)Ataque ocorreu em shopping de luxo (Foto: Khalil Senosi/AP)
Ao menos 39 pessoas morreram e cerca de 150 ficaram feridas neste sábado por atiradores que invadiram um shopping center em Nairóbi, no Quênia, segundo a Cruz Vermelha queniana.
O grupo militante islâmico somali Al-Shahab assumiu a autoria do ataque em sua conta no Twitter e disse ter matado cem pessoas.
O Al-Shahab já havia ameaçado atacar o shopping no passado. O grupo vem promovendo uma série de ataques no Quênia desde 2011, quando tropas quenianas entraram no sul da Somália para combater os militantes no país vizinho.
Uma testemunha, que falou à BBC por telefone de dentro do centro comercial, disse que o local parecia 'uma zona de guerra'.
'Eu e minha mulher havíamos saído do banco do shopping e estávamos sentados em um café quando, de repente, ouvimos tiros sendo disparados do térreo e do primeiro piso', disse Surajit Borkakoty.
'No controle'
Tiros esporádicos ainda podiam ser ouvidos horas após a invasão do shopping center, frequentado pela elite local e por estrangeiros em Nairóbi.
No início da noite, a situação no local ainda era incerta. Segundo a polícia, um dos suspeitos pelo ataque estava sob detenção em um hospital.
A segurança foi reforçada em toda a cidade, e muitas lojas e supermercados decidiram fechar as portas por precaução.
No início da noite (início da tarde em Brasília), o secretário da Segurança Interna Mutea Iringo afirmou que o governo estava 'completamente no controle' da 'situação muito grave' e que não cederia 'na guerra contra os criminosos armados'.
Segundo Iringo, as forças especiais de segurança estavam dentro do shopping center, 'retirando os civis e procurando pelos criminosos'.
Testemunhas disseram que os homens vestindo roupas negras e com suas cabeças cobertas por cachecois entraram no shopping center Westgate no início da tarde deste sábado.
Granadas
Testemunhas ouvidas pela agência de notícias France Presse afirmaram que os atiradores falavam árabe ou somali.
Outras testemunhas ouvidas por outras agências disseram que eles permitiram que os muçulmanos deixassem o local e disseram que seus alvos eram os não muçulmanos.
Os atiradores entraram no shopping por volta das 12h (5h de Brasília), atrirando granadas e disparando com fuzis automáticos.
Centenas de frequentadores do shopping conseguiram fugir do local, mas alguns ficaram presos do lado de dentro.
Arjen Westra, que tomava café no shopping no momento do ataque, disse à BBC ter visto cenas de pânico no local.
'Eu podia ouvir o barulho de tiros se movendo na direção da entrada principal do shopping center, então algumas pessoas saíram correndo do café, em pânico, e muitas se jogaram ao chão', disse.

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