Polícia Civil de Guarantã do Norte (a 721 km de Cuiabá) descartou a possibilidade de que seja latrocínio a causa do assassinato do médico Nelson Uemura, 65, ocorrido no fim da tarde de quinta-feira (14), na BR-163.
Segundo as informações, uma das principais suspeitas é de que o médico, que era ortopedista, tenha sido executado por causa de um procedimento questionado pela família de um paciente, na cidade.
Dois homens em uma moto pararam ao lado do carro e o que estava garupa fez 2 disparos de revólver.
Um tiro acertou a lateral do carro e o outro atingiu o médico no maxilar do lado esquerdo. O crime aconteceu por volta das 17h10
Segundo o delegado de Guarantã, Antonio Goes de Araújo, as investigações estão na fase inicial e as testemunhas ainda não foram ouvidas.
A viúva de Uemura também será ouvida quando voltar para a cidade, depois do enterro, realizado ontem, em Cuiabá.
O médico deixou 4 filhos, sendo um deles uma menina de apenas 4 meses.
Ele morava na cidade há pouco mais de 5 anos e fazia plantões também em um hospital de Colíder (650 km ao Norte da Capital).
Ameaças e terror
Reportagem de A Gazeta, neste sábado (16), informa que Nelson Uemura teria sido ameaçado por um paciente e sua família, por causa da amputação de uma perna, já que teriam considerado a intervenção como "erro médico".
Segundo o jornal, na cidade, o clima é "de terror" e os médicos estão assustados com o segundo crime, em menos de um ano.
Em setembro do ano passado, a médica Valéria Xavier foi baleada dentro de seu consultório, por se negar a dar um atestado médico a um policial.
Segundo a presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM- MT), Dalva Alves das Neves, o clima de insegurança na cidade é grande e muitos médicos falam em sair de Guaran-
tã do Norte, por causa do medo.
A médica disse ao jornal que os profissionais que trabalhavam com Nelson Uemura confirmaram que ele sofreu ameaças. Familiares da vítima estão muito abalados com a morte repentina do médico.
Citando um sobrinho do médico, o jornal informa que os familiares ainda não sabem qual seria a motivação para o crime, pois as únicas informações que eles receberam foram de amigos de Nelson Uemura.
Robson Uemura, que também é médico, não descartaria a possibilidade de uma execução encomendada por um paciente revoltado.
“Eu, como médico, sei que é comum sermos ameaçados no sistema público de Saúde. Estamos aguardando as investigações da Polícia”, disse, na entrevista.
Latrocínio
O delegado Antônio Goes de Araújo informou que a única hipótese descartada, nesse momento, é o latrocínio (roubo seguido de morte), tendo em vista que nada foi levado da vítima.
As provas são analisadas e as testemunhas serão ouvidas.
“Não falarei sobre as linhas de investigações, por enquanto, para não atrapalhar o trabalho. Mas, várias possibilidades são investigadas”, disse o policial,
O CRM-MT irá enviar um ofício à Secretaria de Estado de Segurança Pública, pedindo que o caso seja esclarecido
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