Os
gaúchos Carlos Fabrício Pinheiro, 33 anos, de Cruz Alta (RS), e Adriano Cansan,
20 anos, de Nova Roma do Sul (RS), presos na
região de Vitória do Xingu, em Altamira, na última quarta-feira (13), foram
transferidos para a capital paraense, na noite desta segunda-feira (18).
O avião com os presos chegou às 19h15 no Hangar do Estado, no Aeroporto
Internacional de Val-de-Cans e já foram encaminhados para o Sistema
Penitenciário.
A
Secretaria de Segurança do Estado fornecerá mais detalhes do do tráfico humano
em Altamira durante entrevista coletiva, às 10h desta terça-feira (19), na sede
da Segup. Estarão presentes o delegado geral da Polícia Civil, Vilmar Firmino, a
integrante da gestão do Pro Paz, Isabela Jatene, o secretário de Assistência
Social, Heitor Pinheiro, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, José
Acreano Brasil Junior e o secretário de Segurança Pública, Luís
Fernandes.
Carlos
Fabrício e Adriano Cansan foram enquadrados no Código Penal Brasileiro, nos
artigos 231-A, por tráfico de pessoas para exploração sexual; 218-B, por
submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual
pessoa menor de 18 anos; 228, por induzir ou atrair alguém à prostituição ou
outra forma de exploração sexual; 229 por manter, por conta própria ou de
terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, visando lucro, ou por
mediação direta do proprietário ou gerente, e 230, por tirar proveito da
prostituição alheia, participando diretamente dos lucros ou fazendo-se
sustentar, no todo ou em parte, por quem exerça a prática
ilegal.
A casa de
prostituição funcionava por meio de um esquema de tráfico interno de pessoas
para exploração sexual, na zona rural de Vitória do Xingu, oeste do Pará. No
local, cinco pessoas eram mantidas em cárcere privado – uma travesti, três
mulheres adultas e uma adolescente – todas da região Sul do Brasil.
As vítimas
foram devolvidas aos familiares em seus Estados de origem e a casa de
prostituição foi desativada. Carlos e Adriano foram presos em flagrante e
encaminhados para a sede da Superintendência da Polícia Civil na Região do
Xingu, em Altamira, para lavratura dos procedimentos policiais.
O crime foi
denunciado por uma adolescente de 16 anos, que fugiu do estabelecimento. A
prática criminosa foi confirmada durante operação policial deflagrada pela
Polícia Civil sob a coordenação do superintendente regional, delegado Cristiano
Marcelo do Nascimento.
A denúncia
foi apresentada à Polícia Civil por meio de representantes do Conselho Tutelar
de Altamira procurados pela adolescente. A conselheira tutelar Lucenilda Lima
foi procurada pela jovem, uma gaúcha nascida em Maraú, no Estado do Rio Grande
do Sul. A garota denunciou que foi trazida do Estado de origem para o Pará, por
um homem, há uma semana, sob a promessa de trabalhar em uma boate, onde ganharia
R$ 14 mil por semana. Mas, ao chegar ao Pará, a situação eram bem diferente. Ela
foi levada para a zona rural do município de Vitória do Xingu, onde ficou levada
ao prostíbulo, situado no interior de um sítio, na localidade de Vila São
Francisco, localizada a uma distância de 20 quilômetros de dois canteiros de
obras - “Pimental” e “Canais e Diques” -, da Hidrelétrica de Belo
Monte.
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