PCMT
A Delegacia de Homicídios e
Proteção à Pessoa de Cuiabá realizou nesta quinta-feira (03.02) novas
diligências a fim de identificar o possível local para onde quatro vítimas,
oriundas do Maranhão, foram levadas, torturadas e executadas por ordem de uma
facção criminosa.
Equipes da DHPP e da Perícia
Oficial e Identificação Técnica (Politec), com apoio do Corpo de Bombeiros,
foram a uma casa no bairro Osmar Cabral, em Cuiabá, onde foram realizadas
perícias. O imóvel está abandonado e apresenta prováveis vestígios de que
pessoas tenham sido executadas no local. Peritos da Politec fizeram aplicação
do reagente luminol para detectar se há presença de sangue humano e a DHPP
aguadará o resultado do exame.
As diligências dão sequência à
Operação Kalypto, deflagrada pela DHPP no dia 24 de janeiro para cumprir 18
ordens judiciais de prisão temporária e de buscas e apreensões contra
integrantes de uma facção que sequestraram, mutilaram, assassinaram e depois
sumiram com os corpos de quatro rapazes, há quase dois anos.
Oito pessoas identificadas pela
investigação da DHPP com envolvimento no desaparecimento e morte das vítimas
foram presas durante a Operação Kaypto.
Tribunal do crime
As mortes de Tiago Araújo, 32
anos, Paulo Weverton Abreu da Costa, 23 anos, Geraldo Rodrigues da Silva, 20
anos e Clemilton Barros Paixão, 20 anos, foram ordenadas por uma facção, que
determinou um ‘tribunal do crime’ porque julgou que as vítimas pertenciam a
outro grupo rival e, desta forma, resolveram assassinar os rapazes - dois
irmãos, um cunhado e um amigo, que desapareceram das respectivas residências,
no Jardim Renascer, no dia 02 de maio de 2021.
A investigação, coordenada pelo
delegado Caio Fernando Albuquerque, da DHPP de Cuiabá, reuniu diversas
informações coletadas durante inúmeras diligências realizadas na Capital e
também no estado do Maranhão, que levaram à identificação dos envolvidos na
execução dos quatro rapazes.
Além de condenar as quatro
vítimas a um tribunal da facção, os integrantes da organização criminosa também
coagiram familiares das vítimas, que foram obrigados a ir embora de Cuiabá
porque receberam ameaças de morte.
A investigação apurou que as
vítimas foram cruelmente mortas - sofreram decapitação, amputação dos dedos e
uma delas foi atingida por um disparo no peito. Outras duas foram mortas com
disparos na nuca.
Ameaças e coação
As vítimas vieram do Maranhão
para Mato Grosso em busca de trabalho devido à escassez de oportunidades no
estado nordestino. Em Cuiabá, conseguiram trabalho com salário e podiam suprir
as despesas de alimentação e moradia.
Além de matar as quatro vítimas,
nas semanas seguintes os criminosos não hesitaram em determinar o regresso dos
familiares de Tiago, Geraldo e Clemilton ao estado de origem. O delegado Caio
Fernando faz uma observação sobre a situação causada às famílias: “Esses
familiares que aqui também conseguiram emprego e sustento, sem culpa alguma,
foram literalmente ‘tocados’ de Cuiabá da noite para o dia, sem que ao menos
pudessem organizar seu retorno”.
Em diligências no Maranhão, a
equipe da DHPP constatou que os parentes das vítimas se encontravam em situação
de extrema vulnerabilidade econômica e lamentando que foram obrigados a retornar
de Cuiabá para não ter o mesmo destino dos familiares mortos.
Raquel Teixeira | Polícia
Civil-MT




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