Documento tem 63 páginas;
militares falam em possibilidade de “código malicioso” comprometer a segurança
do voto
O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira,
enviou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), relatório de fiscalização do
processo de votação e pede que seja feita uma investigação técnica urgente
sobre eventuais riscos de segurança das urnas. O documento tem 63 páginas e
fala num suposto risco de que um “código malicioso” possa interferir no
funcionamento dos aparelhos de votação. O TSE ainda não se manifestou sobre o
relatório.
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Num ofício em que encaminha o
relatório, o ministro alega que durante a inspeção dos militares teria sido
observada situação que “pode configurar relevante risco à segurança do
processo”. “Dos testes de funcionalidade, realizados por meio do Teste de
Integridade e do Projeto-Piloto com Biometria, não é possível afirmar que o
sistema eletrônico de votação está isento da influência de um eventual código
malicioso que possa alterar o seu funcionamento”, diz Nogueira.
Nogueira sugere que seja criada
uma comissão de técnicos de instituições da sociedade para fazer a investigação
do funcionamento das urnas. Esse trabalho, no entanto, já é feito durante o
processo de preparação da eleição, com a possibilidade de instituições de
fiscalização, como a própria Defesa, para analisar a urna e também os programas
que a fazem funcionar.
Após informar que levaria até 30
dias para concluir sua fiscalização do processo eleitoral, o Ministério da
Defesa anunciou há dois dias que entregaria o relatório nesta quarta-feira. O
prazo encurtado atendeu às pressões do presidente Jair Bolsonaro, que trocou os
holofotes pelos bastidores desde que perdeu a disputa para o petista Luiz
Inácio Lula da Silva, no último domingo de outubro. Nas poucas declarações que
concedeu de lá para cá, o presidente insinua que o dossiê dos militares pode
alterar o jogo. “Brevemente teremos as consequências do que está acontecendo”,
afirmou ele, na última segunda-feira7.
Antes mesmo da divulgação do
relatório da Defesa, o presidente eleito saiu em defesa do processo eletrônico
de votação do País. Lula disse que a urna eletrônica é uma “conquista do povo
brasileiro”. O petista concedeu no início da noite sua primeira coletiva à
imprensa em Brasília, após reunião no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“A urna eletrônica é uma
conquista do povo brasileiro. Acho que muitos países no mundo invejam o Brasil
pela lisura do processo”, disse. O presidente eleito citou o pleito nos Estados
Unidos, onde, segundo ele, “ainda estão contando votos no papelzinho” para
saber os resultados das eleições.
Informa Estadão
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