A mulher, que é professora, foi
presa ao chegar à escola em que trabalha em Sorriso — Foto: Polícia Civil de
MT/Assessoria |
Uma mãe foi condenada a 14 anos
de prisão e o padrasto a 13 anos por tentarem matar a filha adotiva com um fio
de ventilador e simularem o suicídio dela em Sorriso, no norte do estado. Foram
mais de 15 horas de julgamento, realizado na terça-feira (20).
O caso ocorreu em agosto de 2017,
quando, segundo o Ministério Público, o casal tentou asfixiar a menina, que na
época tinha 11 anos.
Com a decisão, o padrasto segue
preso, mas o advogado de defesa dele disse que vai recorrer da sentença para
anular o júri. A mãe também poderá recorrer da decisão.
A mãe havia alegado que a filha
tinha tentado tirar a própria vida, com o fio do ventilador. No entanto,
assistentes sociais, enfermeiros e outros profissionais relataram que
desconfiavam da versão contada pela família.
A criança ficou internada por
quase um mês em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em Cuiabá
sem condições de falar por causa dos ferimentos.
Conforme denúncia do MP, além de
maltratar, a mãe teria assistido o companheiro dela asfixiar a menor com o fio
e não fez nada para impedir.
Padrasto e mãe são suspeitos de enforcarem menina com fio de
ventilador e simularem suicídio em Sorriso — Foto: Polícia Civil de
MT/Assessoria
|
Agressão e enforcamento
Na época dos fatos, o casal
declarou ter ocorrido uma tentativa de suicídio, onde supostamente a menina
teria se enforcado. A Polícia Civil suspeitou do caso ao analisar câmeras de
videomonitoramento. O casal demorou duas horas para pedirem socorro.
Antes, 40 minutos após o crime,
os suspeitos chegaram a chamar um pastor evangélico para 'expulsar um demônio
do corpo da menina'.
Durante a internação da vítima, a
família disse que a menina teria ‘caído’ da cama quando estava acompanhada da
mãe.
Após receber alta, a adolescente
disse à Polícia Civil que no dia do suposto enforcamento ela teria mexido em
uma caixa de DVDs do padrasto e, por conta disso, apanhou e foi enforcada com o
fio do ventilador.
Segundo o delegado da Polícia
Civil, André Eduardo Ribeiro, a mãe participou de forma omissa na tentativa de
homicídio. No momento do crime a mãe acompanhava tudo na sala, cantando
enquanto a menina era enforcada.
Ainda, a menina relatou que
apanhava muito da mãe adotiva e do padrasto e era obrigada a fazer todas as
tarefas domésticas.
Por Yasmim Oliveira, Centro
América FM
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