“Você acha que tenho cara de traficante?”.
Essa foi a reação do ex-presidente da Câmara de Várzea Grande, o vereador Jânio
Calistro (PSD), ao deixar a sede da Delegacia Especializada de Repressão a
Entorpecentes (DRE), na manhã desta quinta-feira (19). Ele foi preso, durante a
Operação Cleanup, suspeito de integrar uma quadrilha responsável por 90% do
tráfico de drogas no munícipio.
A investigação da DRE aponta
ainda que o grupo seria associado à facção criminosa Comando Vermelho. Por ser
policial aposentado, Jânio foi encaminhado para Corregedoria da Polícia Civil
para prestar esclarecimento.
“Você acha que tenho cara de
traficante? Sou defensor do povo. Sou vereador de Várzea Grande e isso vou
provar para vocês. Vou provar minha inocência e depois chamar vocês [imprensa]
para me esclarecer. Podem ficar tranquilo que vou provar para vocês minha
inocência”, declarou Jânio que aparentava bastante exaltado.
A ação policial cumpriu 23
mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão que foram expedidos
pela 3ª Vara Criminal de Várzea Grande.
Conforme o titular da DRE, Vitor
Hugo Bruzulato Teixeira, Jânio passava informações de compra e venda de
entorpecentes ao grupo.
“O vereador estava associado ao
grupo. Ele passava informações de compra e venda de entorpecentes. Tivemos
elementos que comprove essa ligação dele com grupo durante o período de
investigação. Mas não podemos considerar ele como liderança da quadrilha. A
participação dele é na orientação dos envolvidos”, disse o delegado.
Ainda segundo informações de
Bruzulato, a quadrilha seria responsável por 90% do tráfico de drogas em Várzea
Grande. “O objetivo dessa ação é de tirar de circulação e combater com rigor
ação de traficantes que agiam em Várzea Grande. Eles são responsáveis por 90%
do tráfico de drogas no município”, esclareceu.
“Com certeza muitos flagrantes
serão realizados e muito trabalho teremos pela frente no sentido de identificar
e prender outros envolvidos associadas ao grupo criminoso”, completou.
Defesa nega
A advogada de Jânio Calistro,
Marcele Ramires Pinto Coelho, declarou que o vereador não tem nenhuma ligação
com a quadrilha de tráfico de drogas e que as acusações sobre o parlamentar são
frágeis.
“Não tivemos conhecimento de que
Jânio, apontado pela DRE, seria o responsável por informar sobre a compra e
venda de entorpecentes. Vamos ter acesso aos autos para saber na íntegra o que
realmente envolve a participação do vereador, para fazer o pedido de liberdade.
As provas são muito frágeis. Foi nos lido apenas alguns trechos de conversas
que não ligam envolvimento de Jânio”, disse.
“Por ele ser vereador, ele
conversa com muitas pessoas via telefone e não tem como ele saber quem são
essas pessoas, se são traficantes ou não. Ele atende muitas pessoas
geralmente”, ressalta.
Por: WELLYNGTON SOUZA E LUIS
VINÍCIUS
Veja o vídeo.
Rodinei Crescêncio/RDNews
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