Um
homem, identificado como R.R.B.C., interpôs uma ação no Poder Judiciário contra
a adjudicação – a transferência da posse de um bem, como um imóvel por exemplo,
em favor de outra pessoa -, que sofre o ex-deputado federal Ezequiel Fonseca
(PP). Segundo um despacho da juíza da Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular
do TJ-MT, Celia Regina Vidotti, do dia 27 de fevereiro de 2019, R.R.B.C. deve
incluir no processo o autor do pedido de restrição das posses do ex-parlamentar
(e que deu origem à adjudicação).“Apense-se aos autos principais,
certificando-se. Intime-se o embargante para, no prazo legal, emendar a
inicial, incluindo no polo passivo o requerente da ação principal, que requereu
a indisponibilidade do bem”, diz trecho do despacho.A juíza Celia Regina
Vidotti adverte ainda que caso R.R.B.C. não inclua o autor do pedido de
bloqueio de bens, a suspensão da restrição será negada (indeferida).O despacho
não informa quais bens imóveis ou móveis estariam em processo de adjudicação na
Justiça uma vez que a ação tramita sob sigilo.
Porém, casos similares a este são discutidos no Poder Judiciário quando
determinada posse (ou mesmo recursos em dinheiro) sofrem bloqueios judiciais
mesmo já estando em poder de outras pessoas que não estão no banco dos réus – e
que provavelmente tenham feito negócios com o antigo titular da propriedade,
neste caso, o ex-deputado federal Ezequiel Fonseca.A ação pode ainda ter
relação com o bloqueio de bens que Ezequiel Fonseca sofreu em julho de 2018 no
valor de R$ 1,2 milhão. Além dele, os ex-deputados estaduais de Mato Grosso,
José Domingos Fraga (PSD) e Baiano Filho (PSDB), os ex-secretários da gestão do
ex-governador Silval Barbosa (sem partido) - Pedro Nadaf, Valdísio Viriato e
Maurício Guimarães -, o ex-chefe de gabinete de Silval, Sílvio Cézar Corrêa, e
também a prefeita cassada de Juara (733 km de Cuiabá), Luciane Bezerra, também
sofreram a restrição dos recursos.Ezequiel Fonseca – além de José Domingos
Fraga, Baiano Filho e Luciane Bezerra -, foram gravados de forma oculta por
Sílvio Cézar Corrêa, em seu próprio gabinete, recebendo maços de dinheiro vivo
que teriam origem num suposto “mensalinho” que o ex-governador Silval Barbosa
repassava aos ex-deputados estaduais como forma de obter apoio no Poder
Legislativo de Mato Grosso.As imagens fazem parte da colaboração premiada de
Silval Barbosa com a Procuradoria-Geral da República (PGR), que foi
classificada pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, como
uma “delação monstruosa”. A condução dos julgamento monocráticos dos supostos
crimes narrados pelo ex-governador no órgão são de responsabilidade de Fux,
relator da ação penal.Parte das gravações também foram utilizadas numa
reportagem que foi ao ar em agosto de 2017 no Jornal Nacional, do Grupo Globo.
Diego Frederici l Folha Max
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