Marcos Augusto Gonçalves
O escândalo que envolve Flávio
Bolsonaro, o garoto número 1 do presidente, metido em transações suspeitas e
associado a milicianos criminosos,
parece ter levado o governo a deflagrar uma ofensiva contra a transparência.
É espantoso que após tanta
retórica contra a corrupção e pela mudaça do “sistema”, o grupo que chegou ao
poder comece por dificultar o acesso da sociedade a dados públicos –uma
garantia constitucional.
Duas medidas concomitantes vão
nesse sentido. A primeira é o decreto assinado pelo presidente interino
Hamilton Mourão, que altera regras de aplicação da Lei de Acesso à Informação e
autoriza ocupantes de cargos comissionados a classificar dados do governo
federal como ultrassecretos. Mais funcionários agora podem decidir pelo sigilo
máximo de 25 anos.
Bolsonaros
Como bem disse o ex-presidente da
Comissão de Ética da Presidência, Mauro
Menezes (2016-2018), “o sistema de transparência pública sofre um golpe duro
com essa ampliação indiscriminada dos agentes capazes de impor sigilo a dados
públicos”. Deve ser um marxista globalista corrupto…
A
outra medida, patética na evidência de suas motivações, é a tentativa do
Banco Central de excluir parentes de
políticos da lista de monitoramento obrigatório das instituições financeiras. É
a Lei Flavio Bolsonaro!
O BC também quer derrubar a
obrigação de notificações ao Coaf relativas a transações bancárias acima de R$
10 mil.
Ou seja, o governo do Mito que
veio para acabar com a corrupção já está criando maneiras de facilitá-la.
Quanto a Flávio, vai sendo
entregue às baratas. Em nome do pai, pode acabar renunciando a seu mandato como
senador.
FOTO = O presidente interino,
Hamilton Mourão, deixa o gabinete da Vice-Presidência na última segunda (21) –
Pedro Ladeira – 21.jan.19/Folhapress
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