A recém-nascida que foi resgatada
na noite de terça-feira (05), por uma equipe de policiais militares em uma
comunidade indígena localizada no Bairro Nova Canarana, em Querência (a 945 km
a Nordeste), está com o quadro clínico estável devido a uma deficiência
respiratória discreta. O último boletim médico da menina foi divulgado depois
que a criança passou por uma bateria de exames. Ela continua internada no
Hospital Regional Paulo Alemão de Água Boa (a 730 km ao Leste da Capital).
De acordo com informações do
boletim de ocorrência, o caso foi registrado por volta das 20h, quando os
policiais receberam uma denúncia de que uma indígena de 15 anos, havia dado a
luz a uma menina por volta das 12h, e já às 16h teria sido enterrado pela avó
com consentimento da mãe no terreno do lote ao lado da residência onde mora a
família. A informante também afirmou que comunicou a polícia apenas no período
da noite porque foi o horário em que ela recebeu a informação.
Diante da denúncia, os policiais
resolveram seguir o endereço e localizaram a suposta casa. No residência estava
a avó do bebê, identificada apenas como Tapoalo, que confirmou o caso.
Em depoimento, a mulher disse que
enterrou o bebê no quintal da casa porque a menina tinha nascido morta por ser
prematura e, por ser tradição da família resolveu não comunicar ninguém. A
versão também foi confirmada pela mãe da menina, Maiala.
Porém, uma enfermeira que presta
serviços na região a Casa de Saúde do Índio (Casai) contou que a mulher 'fez o
enterro' com autorização da mãe, já que a mulher é solteira e a etnia
'Kamayurá' não aprova.
Então, rapidamente os policiais
solicitaram apoio da Polícia Civil e da Perícia Oficial e Identificação Técnica
(Politec) para isolar o local. Nisso, o investigador Dicson começou a escavar a
cova rasa e ouviu o choro do bebê, que foi encontrada com vida.
A criança foi retirada do buraco
e socorrida rapidamente por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu). Ela foi levada primeiramente ao Hospital Municipal de Canarana
e depois transferida para o Hospital Regional Paulo Alemão de Água Boa, porque
foi diagnosticada com fraturas no crânio.
Já na delegacia, a avó da criança
mudou o depoimento e disse que o pai da menina não iria assumir o bebê, pois
mora em outra aldeia e tem relacionamento com outra índia. Por conta disso, ela
resolveu enterrar ,pois o costume da
etnia não aceita mães solteiras.
Diante dos fatos, as duas
suspeitas foram detidas e encaminhadas para a Central de Flagrantes para
registrar o caso que permanece sendo investigado pela Polícia Civil.
Rayane Alves, repórter do GD
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