O presidente Michel Temer
participa da posse de Ronaldo Fonseca na Secretaria-Geral - Jorge
William/Agência O Globo/28-05-2018
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Para garantir o crédito
extraordinário que será remanejado para os Ministérios de Minas e Energia e da
Defesa, o governo precisou retirar dinheiro de 19 ministérios, sendo que,
ironicamente, o dos Transportes foi o mais afetado: terá de cortar R$ 1,4
bilhão. Também houve corte em programas sociais como políticas para juventude,
violência contra mulheres, políticas sobre drogas e saúde indígena.
A redução do preço do diesel foi
uma concessão do governo diante da pressão da greve dos caminhoneiros que
paralisou o país por nove dias. Só no Ministério da Educação os cortes serão de
R$ R$ 55,1 milhões. O dinheiro estava previsto no orçamento para concessão de
bolsas no Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das
Instituições de Ensino Superior (Proies). Houve ainda um corte de R$ 150
milhões no fundo garantidor do financiamento estudantil.
Além de sofrer com cortes no
programa de transplantes, no valor de R$ 1,3 milhão, o Ministério da Saúde foi
vai ter de retirar dinheiro R$ 34 milhões do Programa Mais Médicos, R$ 11,8
milhões do programa de gratuidade do Farmácia Popular e R$ 38,9 milhões do
dinheiro que seria destinado à manutenção de unidades de saúde. O montante do
corte na pasta foi de R$179,6 milhões.
No Ministério do Meio Ambiente,
chama a atenção a retirada de R$ 1,1 milhão da fiscalização ambiental e de R$
2,9 milhões do montante que seria aplicado em unidades de conservação. As
informações sobre as áreas e ministérios que sofreram cortes foram publicadas
numa edição extra do Diário Oficial da União de 30 de maio.
Temer também cortou R$ 3,8
milhões do programa "Criança Feliz". A inciativa da área social tinha
como embaixadora a primeira-dama, Marcela Temer, que resolveu recentemente se
afastar dos holofotes. No início de 2017, os marqueteiros do governo tinham um
ambicioso plano para alavancar a popularidade do presidente. Umas das ideias
era escalar Marcela para participar de uma série de atos oficiais relacionados
ao “Criança Feliz”.
Na lista está ainda o corte de R$
1,5 milhão para o "policiamento ostensivo nas rodovias e estradas
federais". A verba, que seria usada pela Polícia Rodoviária Federal,
serviria, entre outros propósitos, para operações de fiscalização do transporte
de cargas e aumento do policiamento em feriados. Procurada pela reportagem, a
PRF disse que a decisão é recente e que ainda vai estudar como irá remanejar os
recursos para garantir o policiamento nas estradas.
O governo também retirou R$ 4,1
milhões para o combate ao tráfico de drogas e proteção de bens da União. Na
rubrica, ainda estava incluído o combate ao tráfico de seres humanos, à
exploração sexual infanto-juvenil e à pedofilia.
por Patrik Camporez / Eduardo
Bresciani / Bruno Góes
O globo.
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