2018/04/15

Competição por calcário levanta suspeitas sobre juízes de Mato Grosso



Uma fazenda de calcário localizada em Rosário Oeste (a 128 km ao Norte de Cuiabá), que era disputada e foi à leilão na Justiça do Trabalho e chegou a ser arrematada pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que na época era senador, acabou levantando suspeitas de vendas de sentenças por juízes de Mato Grosso. As investigações acontecem desde 2005 sob segredo de Justiça nas corregedorias do Trabalho de Justiça de Mato Grosso e agora foram denunciadas em uma reportagem do O Globo.
Segundo o material divulgado, Maggi ofereceu lance inicial de R$ 22,7 milhões, porém acabou desistindo da verba oferecida e transferiu o direito de arrematação para Gilberto Eglair Possamai. Ele arcou com o dinheiro e ficou com a fazenda.

Já em 2004, Possamai que se elegeu a vereador não declarou o patrimônio adquirido e ainda as despesas somaram ao menos R$ 11 mil. Neste ano eleitoral, ele tenta articular a campanha de suplente a senador.

Com isso, a Procuradoria-Geral da República abriu um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar condições em que se deram o leilão com as suspeitas de que Possamai foi ‘laranja’ do ministro.

No entanto, o inquérito foi arquivado por falta de provas. Agora, de volta com o olho no calcário, um dos herdeiros das terras, Alain Borges e os inquilinos passaram a questionar a propriedade do imóvel na Justiça na tentativa de anular o leilão. Caso conseguisse cancelar o leilão, a falência da empresa Cotton King seria impedida. A loja pertencia ao pai falecido de Alain e continua em recuperação judicial.

A briga judicial ainda tenta transferir a massa falida da empresa para Joge Zanette. Ele foi preso em São Paulo por estelionato.

Anulação
O leilão foi anulado na 7ª Vara do Trabalho de Cuiabá. Mas, na 1ª Vara Cível, o juiz Flavio Miraglia Fernandes homologou o arrendamento da Cotton King para a empresa Darling Harbour Confecções, de Zanette.

E em 2014, entretanto, o empresário brigou com a turma de Alain e, logo decidiu munir Possamai com o histórico de conversas de um mês que manteve no WhatsApp com a advogada Cláudia Regina Ferreira. Ela seria quem supostamente intermediava vendas de sentenças no Judiciário mato-grossense. (Com informações do O Globo).

GD João Vieira

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