Entretanto, é importante que cada
consumidor conheça o seu perfil de consumo na hora de optar entre a tarifa
branca e a convencional.
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A partir de 1º de janeiro de
2018, os consumidores poderão solicitar a adesão à tarifa branca de energia
elétrica, que é a adoção de preço diferente de acordo com o horário de consumo.
Com a tarifa branca, a energia consumida fora do horário de pico será mais
barata, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Entretanto, é
importante que cada consumidor conheça o seu perfil de consumo na hora de optar
entre a tarifa branca e a convencional.
O analista de mercado da
Proteste, Rafael Bomfim, alerta que a tarifa branca pode ser muito boa ou muito
ruim, dependendo do perfil de consumo. Para ele, quem optar por essa tarifa tem
que ser capaz de aproveitar os horários fora de ponta. "Conheça bastante
as regras e verifique a possibilidade de se adaptar aos melhores horários da
tarifa", disse. "Se é um consumidor que tem a rotina rígida, não é
aconselhável".
Com as novas regras, nos dias
úteis o preço da energia poderá ser dividido em três horários: ponta,
intermediário e fora de ponta. As faixas variam de acordo com a distribuidora.
O horário de ponta, com a energia mais cara, terá duração de três horas, na
parte da noite. A taxa intermediária será uma hora antes de uma, depois do
horário de ponta. Nos feriados nacionais e nos fins de semana, o valor é sempre
fora de ponta.
Aderir à tarifa branca será
opcional e estará disponível para as novas ligações e com unidades que consomem
mais de 500 quilowatts-hora (kWh) por mês. Em um prazo de 12 meses, será
oferecido para unidades com média anual de consumo superior a 250 kWh por mês
e, em até 24 meses, para as demais unidades consumidoras.
Atualmente, existe apenas a
tarifa convencional, que tem valor único cobrado pela energia consumida e é
igual em todos os dias, em todas as horas. A tarifa diferenciada não valerá
para os grandes consumidores, como as indústrias, nem para quem é incluído na
tarifa social de energia.
Para aderir à tarifa branca, os
consumidores precisam formalizar sua opção na distribuidora, e quem não optar
por essa modalidade continuará sendo cobrado pelo sistema atual. "Nós
alertamos para o consumidor não migrar por impulso para a tarifa branca, para
não ter surpresa ruim na conta", disse Bomfim, explicando que será
possível retornar para a cobrança convencional, caso o consumidor não se
adapte.
Também será preciso instalar um
novo tipo de medidor de energia. A troca deverá ser feita em até 30 dias e os
custos do medidor e do serviço serão de responsabilidade da distribuidora.
No site da Aneel, estão
disponíveis exemplos de situações em que é mais vantajoso migrar para a tarifa
branca.
Capacidade do sistema
A tarifa branca cria condições
que incentivam alguns consumidores a deslocar o consumo dos períodos de ponta
para aqueles em que a rede de distribuição de energia elétrica tem capacidade
ociosa.
O consultor de energia do
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Clauber Leite, explica que
o sistema de energia é projetado para atender à máxima demanda, mas que, na
maior parte do dia, fica ocioso. “A tarifa branca é uma política adequada, ela
é boa porque acaba barateando e dando mais eficiência ao sistema como um todo”,
disse.
Para Leite, em longo prazo, a
medida pode ajudar a adiar os investimentos. “Anualmente, o número de
consumidores cresce. Então, para atender à demanda está sendo prevista uma
carga máxima do sistema. Se consegue deslocar esse pico, o investimento pode
ser postergado e isso pode gerar benefícios na tarifa”, explicou.
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