Luiz Carlos da Rocha foi preso
sábado em Sorriso, no Mato Grosso © Reproduçã
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Será em território paraguaio a
segunda fase da Operação Spectrum, que no sábado (1º) prendeu em Sorriso (MT)
Luiz Carlos da Rocha, 58, o “Cabeça Branca”, bandido mais procurado pela
Polícia Federal brasileira e um dos maiores traficantes da América do Sul.
Autoridades do país vizinho estão
colaborando com a polícia brasileira e fazem um levantamento do patrimônio de
Cabeça Branca, principalmente nos departamentos de San Pedro e Amambay, na
fronteira com Mato Grosso do Sul.
O objetivo, de acordo com o
jornal ABC Color, o mais influente do Paraguai, é confiscar casas e fazendas
adquiridas com dinheiro da venda de drogas. Naquele país, Cabeça Branca é
procurado por lavagem de dinheiro, conforme mandado de prisão expedido pelo
juiz Óscar Delgado.
Fortuna
Autoridades paraguaias e
brasileiras estimam em 100 milhões de dólares a fortuna do narcotraficante, boa
parte em propriedades rurais no país vizinho, onde ele morou por muitos anos,
na cidade de Puerto Antequera, departamento de San Pedro.
O brasileiro tem pelo menos três
fazendas de criação de gado em território paraguaio. Relatório da Senad
(Secretaria Nacional Antidrogas) revela que todas estão em nome de laranjas.
Uma delas, de 1.500 hectares e
seis mil cabeças de gado, fica a 120 km de Pedro Juan Caballero. Outra está a
250 km da fronteira com MS e tem dez mil cabeças de gado em dois mil hectares.
A terceira, também de dois mil hectares, fica em San Pedro.
Desaparecido desde a década de
90, quando se associou a Jorge Rafaat Toumani – morto no ano passado – para
expandir os negócios do tráfico, Luiz Carlos da Rocha foi condenado em 2013
pelo juiz federal Odilon de Oliveira a 34 anos de prisão. Na mesma sentença
foram condenados os irmãos Jorge e Joseph, a 47 e 15 anos de prisão,
respectivamente.
Usando nomes falsos e mudando o
rosto através de cirurgias plásticas, Cabeça Branca brincou de esconde-esconde
com a Interpol até ser preso por policiais federais no sábado, quando comprava
pão em uma padaria de Sorriso, onde morava usando o nome de Vitor Luiz de
Moraes.
O vídeo abaixo, gravado pela
câmera da padaria, mostra o momento da prisão. Cabeça Branca aguardava
atendimento no balcão quando os agentes federais entraram e o prenderam.
Apoio político
Autoridades paraguaias suspeitam
que políticos daquele país sempre deram apoio para Cabeça Branca escapar da
polícia. Pessoas ligadas a detentores de mandatos administram os bens do
brasileiro no Paraguai, segundo o ABC Color.
Informações levantadas por
policiais brasileiros e paraguaios já apontavam, em 2014, que Cabeça Branca se
notabilizou em corromper agentes públicos e continuar atuando na remessa de
cargas de cocaína da Bolívia e do Peru para o Brasil e países europeus.
Após a prisão de Luiz Fernando da
Costa, o Fernandinho Beira-Mar, Cabeça Branca teria se tornado o maior
fornecedor de cocaína para as facções PCC (Primeiro Comando da Capital) e
Comando Vermelho.
Balanço
A Polícia Federal divulgou hoje
(3) o balanço parcial da Operação Spectrum. Segundo a PF, equipes ainda estão
em diligências para localização de outros patrimônios de Cabeça Branca.
Foram apreendidos 4,5 milhões de
dólares em uma residência e em um apartamento em São Paulo, joias, carros, relógios,
documentos e computadores.
Também foram apreendidos pelo
menos 1.500 quilos de cocaína em três locais. Uma dessas apreensões ocorreu no
Mato Grosso. Retornando da operação que prendeu o famoso traficante, policiais
federais se depararam com uma carreta pertencente a Cabeça Branca que
transportava 642 quilos de cocaína.
Fonte: campograndenews
por: Helio de Freitas, de
Dourados
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