2017/07/03

Imagens apreendidas pela polícia comprovam que médico e mulheres praticaram crime de pedofilia

Médico Álvaro Cardoso Magalhães preso por crime de Pedofilia e Estupro de vulnerável (Foto: Reprodução/TV Tapajós)
Médico Álvaro Cardoso Magalhães preso por crime de Pedofilia e Estupro de vulnerável (Foto: Reprodução/TV Tapajós)
Além do material apreendido, depoimento das acusadas confirmam que houve estupro de duas crianças.
Álvaro Cardoso Magalhães, Odete Friss (paraguaia) e Darliane Silva dos Santos, presos na manhã desta segunda-feira (3) dentro da operação “Anjo da Guarda” desencadeada pelas polícias Civil e Militar, em Santarém, oeste do Pará, serão indiciados por crime de pedofilia e estupro de vulnerável.
De acordo com a delegada Adrienne Pessoa, da Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente, o indiciamento por pedofilia ocorre porque os acusados armazenavam e compartilhavam imagens das crianças de forma obscena. Já o estupro de vulnerável, porque ficou comprovado o abuso a duas crianças do sexo feminino. Conversas nos celulares dos acusados, além de depoimentos comprovaram as práticas de pedofilia e estupro.
Materiais como netbook, tablet, celular dentre outros eletrônicos que armazenam mídias, foram apreendidos na casa do médico.
De acordo com a delegada, as investigações começaram há cerca de um mês, logo que a polícia recebeu a informação de que o médico estava aliciando crianças do sexo feminino, por meio de algumas mulheres.
“O médico pedia para que uma das mulheres estimulasse o órgão genital das crianças. Esse material foi flagrado no celular de Darliane. Também tivemos acesso a conversas trocadas entre a mãe da criança de três meses e o médico, que comprovam a prática delituosa”, declarou Adrienne Pessoa.
A criança que Darliane estimulava os genitais e filmava para que o médico visse era uma menina de 2 anos e 8 meses. Os pais desconheciam o fato, uma vez que a criança era deixada aos cuidados de Darliane. Eles foram ouvidos em depoimento pela delegada do caso.
Na coletiva, a delegada disse que Odete, mãe da bebê de 3 meses, mantinha relação com o médico. “Em depoimento, a Odete revelou que numa oportunidade o médico ejaculou no rosto da criança e no seio dela para que a criança mamasse. A materialidade está comprovada”, disse.
Em conversas que estavam armazenadas no celular, havia uma em que o médico sugeria que da próxima vez se encontrariam os cinco, que a delegada entendeu que seriam ela, o médico, a Darliane e as duas crianças.
Mais gente será investigada e ainda podem acontecer outras prisões, segundo informou a delegada Adrienne Pessoa.
A criança de três meses está sob os cuidados da avó e a de 2 anos e 8 meses está com os pais. Caberá à justiça determinar qual o destino da criança de três meses.
Os três acusados serão encaminhados à Central de Triagem da penitenciária de Cucurunã, mas existe a possibilidade do médico ser transferido para uma cela no quartel do Corpo de Bombeiros.
Enquadramento
De acordo com a delegada Adrienne Pessoa, o médico Álvaro Cardoso Magalhães será enquadrado no Art. 217, “a”, do CPB (Estupro de Vulnerável), Art. 240, “a” e 241, “b”, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069, que tratam de crime de Pedofilia.
Art. 240 – A – Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008).
Art. 241 – B - Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008).
O indiciamento das mulheres também será pelos crimes de Pedofilia e estupro de vulnerável.

SANTARÉM

Médico foi levado para fazer exame de corpo de delito antes de ser encaminhado à Central de Triagem da penitenciária (Foto: Reprodução/TV Tapajós)
Médico foi levado para fazer exame de corpo de delito antes de ser encaminhado à Central de Triagem da penitenciária (Foto: Reprodução/TV Tapajós)

Por Geovane Brito, Fábio Cadete e Sílvia Vieira, G1 Santarém

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