Odebretch teria repassado R$ 3
milhões para campanha através de cervejaria. MT entra na lista oficial de
suspeição
As falcatruas do governador de
Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), já extrapolaram as fronteiras do estado e
ganharam as páginas do noticiário nacional, após uma semana de bombardeio de
delatores falando sobre esquemas e desvios de dinheiro público em sua gestão.
Agora, Taques aparece também na
Lava Jato, e de maneira oficial, já que as investigações descobriram
recebimento de R$ 3 milhões em sua conta de campanha de uma cervejaria, que na
verdade pode ter sido usada pela empreiteira Odebrecht.
A revelação veio com a temida
lista da empreiteira, onde executivos da empresa colocaram Mato Grosso no foco
da propina. O Muvuca Popular foi o primeiro e um dos únicos veículos de
comunicação de Mato Grosso a antecipar isso e mencionar que Taques apareceria
na Lava Jato (veja aqui).
A distribuidora Petrópolis, que
doou R$ 3 milhões para a campanha do governador tucano, teria sido uma parceira
da Odebretch na distribuição de propina: A cervejaria é dona da marca Itaipava
e é comandada pelo empresário Walter Faria.
Curioso que a empresa tenha sido
a principal beneficiada com a política de incentivos fiscais do Governo de Mato
Grosso, de acordo com relatório do Tribunal de Contas, e também foi a maior
doadora da campanha de Pedro Taques. Com fábrica em Rondonópolis, a Petrópolis
repassou R$ 3 milhões em duas transferências para pagar as contas de Taques.
Durante a fase inicial da
delação, os executivos da Odebrecht confirmaram as suspeitas dos investigadores
baseadas em provas que estavam sendo levantadas há meses. De acordo com os relatos, o grupo empresarial
da Itaipava intermediava o pagamento de propina a políticos, a pedido da
Odebrecht.
A peça-chave para desvendar essa
relação é o diretor-presidente da construtora, Benedicto Barbosa Junior.
Sediado no Rio, “BJ”, como se tornou conhecido, era um dos elos com Walter
Faria. Com ele, a Polícia Federal apreendeu diversas planilhas de pagamentos a
políticos que apontaram a relação com o grupo Petrópolis.
A Itaipava se soma a uma
sofisticada engenharia financeira montada pela Odebrecht para o pagamento de
propina. A profissionalização da corrupção impressionou os investigadores.
Dentre os métodos, um dos favoritos era usar operadores financeiros que geravam
dinheiro em espécie para os repasses a políticos. Também ocorriam
transferências bancárias no exterior, em operações de lavagem de dinheiro, e o
uso de empresas intermediárias, como era o caso do grupo de Walter Faria,
segundo os relatos da delação.
Os detalhes da delação que serão
fornecidos nos próximos dias serão essenciais para explicar como o dinheiro da
Odebrecht chegava até o grupo Petrópolis, para que daí fosse redistribuído aos
políticos. Os executivos colocaram sob suspeita a construção de três fábricas
da cervejaria Petrópolis, feitas pela Odebrecht na Bahia, Mato Grosso e
Pernambuco. Investigadores que ouviram os depoimentos contam que as obras
seriam moeda de troca para o pagamento de propina a políticos. Em vez de cobrar
o custo real da obra, a Odebrecht pediria que o grupo Petrópolis repassasse
propina e abateria os pagamentos do valor da obra
P.S. Além dos R$ 3 milhões
recebidos da cervejaria Petrópolis, Pedro Taques recebeu R$ 200 mil da própria
Odebretcht. Os valores representaram mais de 11% do total de
"doações" recebidas em 2014 quando foi eleito governador.
MUVUCA POPULAR
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