2017/03/04

Secretário vistoria BR-163 e cobra ação do governo federal

O estado do Pará deve passar a contar com nove portos de cargas nos próximos anos
Com a falta de pavimentação da BR-163, Mato Grosso perde ao ano R$ 1 bilhão, mesmo tendo o acesso por este caminho reduzido em 1 mil km
O secretário de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso, Marcelo Duarte, vistoriou nesta sexta-feira (03) a rodovia federal BR-163, no Estado do Pará, que ficou por mais de 15 dias intransitável. As fortes chuvas deram trégua nos últimos dias e o tráfego foi restabelecido e liberado após atuação dos maquinários do Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit).

“Visitamos a BR-163 para unirmos forças ao Estado do Pará e, de uma vez por todas, colocarmos na agenda de trabalho do governo federal a definitiva pavimentação desta importante rodovia que escoa as riquezas do agronegócio de Mato Grosso”, declarou no município paraense de Itaituba.

Agora, a produção mato-grossense, que estava parada na estrada, pode seguir rumo ao porto de Miritituba, de onde vão sair nos próximos dias as barcaças com soja e milho que serão com destino a Europa e Ásia. “Nós de Mato Grosso e do Pará, vimos de perto este problema que esta afetando a vida das pessoas e a parte econômica, que tem toda uma cadeia que precisa desta logística funcionando plenamente. Vamos cobrar ações efetivas para tirar do papel este projeto de pavimentação”, pontou o secretário.

Com a falta de pavimentação da BR-163, Mato Grosso perde ao ano R$ 1 bilhão, mesmo tendo o acesso por este caminho reduzido em 1 mil km aos portos do Arco Norte, se comparado ao transporte pelo Porto de Santos. Com a projeção de aumento das exportações, o Estado poderá passar a perder R$ 2 bilhões.

O setor privado fez investimentos na ordem de R$ 7 bilhões na construção de portos na região Norte, esperando que o asfaltamento que não ocorreu. Por ser presidente do Conselho Nacional de Transportes, Marcelo Duarte afirmou que irá apresentar as reinvindicações ao grupo de trabalho criado pelo governo federal para discutir a situação da BR-163 e ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.

“Chegamos ao limite. Ficar mais de 15 dias, com cinco mil caminhões atolados na estrada, é algo inimaginável nos dias atuais. É o fundo do poço. Daqui para frente, a gente tem que cobrar do governo federal que essa pavimentação ocorra efetivamente, para que os estados do Norte do país tenham esse corredor logístico gerando emprego, renda e oportunidades. E não terror e caos”, afirmou.

O titular da Secretaria de Infraestrutura do Pará, que é vice-presidente do Consetrans, Kleber Menezes, explicou que a união dos estados será primordial para efetivamente assegurar a chegada do asfalto. “Já passou da hora do governo federal priorizar a conclusão desta rodovia, que serve aos brasileiros. Essa união dos estados de Mato Grosso e Pará é fundamental para conseguirmos acelerar o pleito por essa pavimentação”, disse.

O estado do Pará deve passar a contar com nove portos de cargas nos próximos anos, aumentando o fluxo de transporte de caminhões pesados pela rodovia. A situação é estimulada pela perspectiva de crescimento da produção mato-grossense.

Representando nesta viagem a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato/Imea), Daniel Latorraca destacou que hoje Mato Grosso produz 55 milhões de toneladas de grãos, mas tem potencial para alcançar em 2025 aproximadamente 85 milhões, desde que problemas estruturais, como a pavimentação da BR-163, sejam resolvidos.

“Capacidade de produção, preservando o meio ambiente, e o crescimento da demanda internacional nos levam a projetar este cenário. Contudo, o Estado precisa superar estas barreiras do ponto de vista logístico”, analisou.

O diretor nacional do Dnit, Walter Silveira, esteve na rodovia federal BR-163, onde vistoriou os trechos mais críticos. Ele acompanhou de perto os serviços executados para liberar a rodovia, que teve o tráfego restabelecido com a parada das fortes chuvas nos últimos dias e disse que os trabalhos de manutenção vão continua na região.

O trecho mais crítico da BR-163 fica próximo ao município de Trairão, onde se formaram os maiores atoleiros. “O Governo federal tem deve continuar com essa manutenção, que é importante, mas deve esperar o fim das chuvas e começar logo a pavimentação para auxiliar os municípios que sofrem”, disse Valdinei José.


A ação também contou com a participação do Exército Brasileiro.

Gcom-MT

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