O estado do Pará deve passar a contar com nove portos de cargas nos próximos anos |
Com a falta de pavimentação da
BR-163, Mato Grosso perde ao ano R$ 1 bilhão, mesmo tendo o acesso por este
caminho reduzido em 1 mil km
O secretário de Infraestrutura e
Logística de Mato Grosso, Marcelo Duarte, vistoriou nesta sexta-feira (03) a
rodovia federal BR-163, no Estado do Pará, que ficou por mais de 15 dias
intransitável. As fortes chuvas deram trégua nos últimos dias e o tráfego foi
restabelecido e liberado após atuação dos maquinários do Departamento Nacional
de Infraestrutura (Dnit).
“Visitamos a BR-163 para unirmos
forças ao Estado do Pará e, de uma vez por todas, colocarmos na agenda de
trabalho do governo federal a definitiva pavimentação desta importante rodovia
que escoa as riquezas do agronegócio de Mato Grosso”, declarou no município
paraense de Itaituba.
Agora, a produção mato-grossense,
que estava parada na estrada, pode seguir rumo ao porto de Miritituba, de onde
vão sair nos próximos dias as barcaças com soja e milho que serão com destino a
Europa e Ásia. “Nós de Mato Grosso e do Pará, vimos de perto este problema que
esta afetando a vida das pessoas e a parte econômica, que tem toda uma cadeia
que precisa desta logística funcionando plenamente. Vamos cobrar ações efetivas
para tirar do papel este projeto de pavimentação”, pontou o secretário.
Com a falta de pavimentação da
BR-163, Mato Grosso perde ao ano R$ 1 bilhão, mesmo tendo o acesso por este
caminho reduzido em 1 mil km aos portos do Arco Norte, se comparado ao
transporte pelo Porto de Santos. Com a projeção de aumento das exportações, o
Estado poderá passar a perder R$ 2 bilhões.
O setor privado fez investimentos
na ordem de R$ 7 bilhões na construção de portos na região Norte, esperando que
o asfaltamento que não ocorreu. Por ser presidente do Conselho Nacional de
Transportes, Marcelo Duarte afirmou que irá apresentar as reinvindicações ao
grupo de trabalho criado pelo governo federal para discutir a situação da
BR-163 e ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.
“Chegamos ao limite. Ficar mais
de 15 dias, com cinco mil caminhões atolados na estrada, é algo inimaginável
nos dias atuais. É o fundo do poço. Daqui para frente, a gente tem que cobrar do
governo federal que essa pavimentação ocorra efetivamente, para que os estados
do Norte do país tenham esse corredor logístico gerando emprego, renda e
oportunidades. E não terror e caos”, afirmou.
O titular da Secretaria de
Infraestrutura do Pará, que é vice-presidente do Consetrans, Kleber Menezes,
explicou que a união dos estados será primordial para efetivamente assegurar a
chegada do asfalto. “Já passou da hora do governo federal priorizar a conclusão
desta rodovia, que serve aos brasileiros. Essa união dos estados de Mato Grosso
e Pará é fundamental para conseguirmos acelerar o pleito por essa
pavimentação”, disse.
O estado do Pará deve passar a
contar com nove portos de cargas nos próximos anos, aumentando o fluxo de
transporte de caminhões pesados pela rodovia. A situação é estimulada pela
perspectiva de crescimento da produção mato-grossense.
Representando nesta viagem a
Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato/Imea), Daniel
Latorraca destacou que hoje Mato Grosso produz 55 milhões de toneladas de
grãos, mas tem potencial para alcançar em 2025 aproximadamente 85 milhões,
desde que problemas estruturais, como a pavimentação da BR-163, sejam
resolvidos.
“Capacidade de produção,
preservando o meio ambiente, e o crescimento da demanda internacional nos levam
a projetar este cenário. Contudo, o Estado precisa superar estas barreiras do
ponto de vista logístico”, analisou.
O diretor nacional do Dnit,
Walter Silveira, esteve na rodovia federal BR-163, onde vistoriou os trechos
mais críticos. Ele acompanhou de perto os serviços executados para liberar a
rodovia, que teve o tráfego restabelecido com a parada das fortes chuvas nos
últimos dias e disse que os trabalhos de manutenção vão continua na região.
O trecho mais crítico da BR-163
fica próximo ao município de Trairão, onde se formaram os maiores atoleiros. “O
Governo federal tem deve continuar com essa manutenção, que é importante, mas
deve esperar o fim das chuvas e começar logo a pavimentação para auxiliar os
municípios que sofrem”, disse Valdinei José.
A ação também contou com a
participação do Exército Brasileiro.
Gcom-MT
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