Fórum de Justiça de Cuiabá |
A juíza da Sétima Vara Criminal,
Selma Rosane Arruda, expediu alvará de soltura para Ana Cláudia Silva Aguiar,
acusada de integrar a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) de
Mato Grosso. Medidas cautelares foram impostas a ela. A ré já é condenada em
outras ações penais. A decisão foi proferida dia 24 de fevereiro.
Ana Cláudia Silva Aguiar estava
presa há 03 anos e 03 meses em decorrência da “Operação AdSumus”, deflagrada
pelo Ministério Público Estadual (MPE). Ela responde junto a outros 49 réus por
crimes como associação ao tráfico de drogas e formação de quadrilha. Um dos integrantes
também responde por homicídio ocorrido no município de Poxoréo.
“Apesar de possuir antecedente e
já ter sido condenada por outro processo, ainda que nestes autos, se condenada,
possa merecer regime mais gravoso, já está reclusa há 03 anos e 03 meses, lapso
temporal suficiente a ensejar eventual progressão de regime. A instrução
processual com relação à ré está encerrada. O Código de Processo Penal impõe a
prisão preventiva como última alternativa, aplicável apenas quando o julgador
não tem elementos mínimos que recomentem a adoção de outras medidas cautelares.
Assim, sopesando esses fatores, não vejo mais a necessidade de mantê-la em
prisão domiciliar”, decidiu a magistrada Selma Rosane Arruda.
Quatro medidas cautelares foram
impostas pelo juízo à ré: comparecimento a cada 30 dias em Juízo, para informar
e justificar atividades; proibição de manter contato com quaisquer dos corréus
e com quaisquer das testemunhas arroladas no processo; proibição de ausentar-se
da Comarca, por mais de 08 dias, sem comunicação prévia ao Juízo e recolhimento
domiciliar no período noturno (entre 20h e 6h00) e nos finais de semana e
feriados integral.
Conforme o Gaeco/MT, a atuação do
PCC em Mato Grosso começou em 1999, quando o atual líder 'Marcola' permaneceu
detido por cerca de seis meses na Penitenciária Central do Estado após ter
promovido um roubo de aproximadamente R$ 6 milhões da agência matriz do Banco
do Brasil, em Cuiabá. No mesmo ano, no dia dia 05 de junho, 'Marcola' e outros
dois presos fugiram pela porta da frente do presídio.
Desde então, o grupo vem tentando
se organizar e fortalecer a facção no Estado. Entre os recursos utilizados
pelos criminosos estão 'teleconferências', onde os integrantes se interagirem
em tempo real. “O PCC possui estatuto próprio e regras rígidas. Cada “irmão”
deve contribuir com o pagamento de uma taxa mensal, esteja ele preso ou em
liberdade. O dinheiro arrecadado é usado para compra de armamento e drogas,
além de financiar a fuga ou resgate de integrantes da facção criminosa”, diz um
trecho da denúncia do MP.
Até 2013, o Gaeco, estiva que
existissem mais de 100 integrantes atuando no Estado. Alguns deles, mesmos
presos, continuam praticando delitos. Para se tornar integrante do “sindicato
do crime”, o candidato deve ser apresentado por um membro e ser “batizado”,
tendo como padrinhos três “irmãos”. Em seguida, precisa cumprir diversas
exigências da organização.
OLHAR DIRETO - Paulo Victor Fanaia Teixeira
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