2014/12/04

Sem salários há 4 meses, médicos suspendem 100% do atendimento no próximo sábado


Cerca de 80 médicos, de todas as clínicas, que atuam no Hospital
Regional de Colíder ameaçam paralisar em 100% dos atendimentos a partir
do dia 7 de dezembro (próximo sábado) em protesto ao Governo do Estado
pelo não recebimento de honorários referentes aos meses de  julho,
agosto, setembro e  outubro.

 


Desde o dia 6 do mês passado a categoria suspendeu as cirurgias
eletivas (agendadas) e vai deixar de atender os casos de urgências e
emergência também sem uma solução para o problema. A estimativa é de que
cerca de 200 mil pessoas  sofram prejuízos sem o atendimento da
unidade,  que é referência na região e também atende a municípios do
estado do Pará.

Nessa semana, a categoria encaminhou ofício informando a situação
para o Governo do Estado, Ministério Público Estadual (MPE), Secretaria
Estadual de Saúde, Conselho Regional de Medicina (CRM) informando quanto
à suspensão de todo e qualquer atendimento até a normalização dos
pagamentos.

A unidade de saúde está sob intervenção do governo desde maio de
2014 e anteriormente era gerenciada pela organização social de saúde
(OSS) – Instituto Pernambucano de Saúde (IPAS), que atuava desde o ano
de 2012. 

“Não podemos ser penalizados e muito menos a população. A juíza
local é que vai ter que decidir sobre a situação. Claro, as pessoas que
estão internadas, aquelas que estão na UTI vão receber atendimento e
haverá solicitação para transferência para outras unidades. Nós não
temos culpa dessa situação e temos compromissos que foram assumidos”,
explica  o representantes de todo o Corpo Clínico do Hospital Regional –
Antônio Batista de Queiroz.  A estimativa feita pelo profissional é de
 que cerca de R$ 3 milhões sejam devidos em honorários médicos.

Para a gerente da Coorperativa dos Anestesistas de Mato Grosso,
Flávia Maria Fernandes, essa é uma situação insustentável, considerando
que todos possuem compromissos que devem ser honrados e que sempre
existiu boa vontade e diálogo das categorias. 

A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso, via assessoria,
reconhece os atrasos e afirma que a IPAS deixou uma série de pendências
administrativas e financeiras a serem sanadas. Reiterou  que o Estado
vem trabalhando para que resolver essas questões, mas que é necessário
primar pelo equilíbrio orçamentário e que uma série de pagamento de
dívidas em atrasos vem sendo efetuados e, consequentemente os valores
serão cobrados da empresa judicialmente,  para ressarcimento. Já foram
protocolizados pedidos de ressarcimento que chegam a R$ 500 mil.
 Reiterou ainda que o Estado sempre manteve o diálogo com a categoria e
que não crê em uma paralisação de 100% dos serviços, o que iria ferir os
direitos dos cidadãos.

Fonte: CenárioMT com Olhar Direto 

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