Ele estava internado desde o dia 22 de setembro no Hospital do Coração.
Jatene, um dos pioneiros da cirurgia cardíaca no Brasil, tinha 85 anos.Morreu na noite desta sexta-feira (14), aos 85 anos, o médico e ex-ministro da Saúde, Adib Jatene. A causa da morte foi infarto agudo do miocárdio. Ele estava internado no Hospital do Coração, em São Paulo, desde o dia 22 de setembro após também sofrer um infarto.
Em maio de 2012, o médico já havia sido internado com dores no peito. Ele havia passado por um cateterismo e precisou colocar um stent (prótese metálica para a desobstrução de artérias), na ocasião.
Jatene era diretor-geral do HCor e um dos pioneiros da cirurgia do coração no Brasil. Ele deixa quatro filhos - os também médicos Ieda, Marcelo e Fábio, além da arquiteta Iara - e a esposa Aurice Biscegli Jatene. De acordo com a assessoria do HCor, o velório de Jatene será realizado no anfiteatro do HCor neste sábado (15Adib Jatente em foto de janeiro de 2011
(Foto: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo)
Acreano de Xarupi, Jatene era filho de um seringueiro libanês e de uma dona de armarinho. Quando criança, a família se mudou para Uberaba, em Minas Gerais, e, depois, para São Paulo. Na capital paulista, estudou na Universidade de São Paulo (USP), formando-se aos 23 anos pela Faculdade de Medicina. A residência e pós-graduação foram feitas no Hospital das Clínicas da mesma faculdade, sob a orientação do professor Euríclides de Jesus Zerbini (1912-1993), pioneiro dos transplantes de coração no país.Com mais de 20 mil cirurgias no currículo, se destacou também por ter sido o primeiro a realizar a cirurgia de ponte de safena no Brasil e por ter inventado aparelhos e equipamentos médicos. Em Uberaba (MG), lecionou Anatomia Topográfica da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. Neste período, construiu seu primeiro modelo de coração-pulmão artificial. Em São Paulo, trabalhou no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e como cirurgião no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia da Secretaria de Estado da Saúde.
Na política, apesar de não ter se filiado a partidos, atuou como secretário estadual da Saúde de São Paulo (1979-1982), no governo de Paulo Maluf, e duas vezes como ministro, na mesma área, nas gestões Fernando Collor (1997-1998, por oito meses) e Fernando Henrique Cardoso (1995-1996, por 22 meses). No governo de FHC, criou a Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), para ajudar a financiar a saúde brasileira, e deu continuidade ao projeto dos medicamentos genéricos e ao programa de combate à Aids. Foi membro da Academia Nacional de Medicina e autor e co-autor de cerca de 700 trabalhos científicos publicados na literatura nacional e internacional.
Dono de uma coleção particular de quadros, com obras de Di Cavalcanti, Alfredo Volpi e Tarsila do Amaral, presidiu o conselho deliberativo do Museu de Arte de São Paulo (Masp).).
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