2014/10/15

Bebê corre risco de morrer por falta de UTI e aparelhos em Oriximiná, PA

Criança já teve uma parada respiratória e necessita de transferência.
Família diz que criança passou da hora de nascer e teve problemas pósDo G1 Santarém

Enfermeiras bombeiam manualmente orixigênio para criança, por falta de aparelhos adequados (Foto: Márcio Garcia)
Enfermeiras bombeiam manualmente orixigênio para criança, por falta de aparelhos adequados
(Foto: Márcio Garcia)
Uma criança recém-nascida que está internada desde domingo (12) no Hospital Municipal de Oriximiná, no oeste do Pará, corre o risco de morrer por falta de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e aparelhos para a respiração. Segundo os médicos, o bebê precisa ser transferido para outro município com mais recursos.
A família atribui a situação à demora no parto da jovem Suzane Pimenta, de 23 anos. O bebê nasceu de cesária na maternidade São Domingos Sávio, e foi transferido para o Hospital Municipal porque precisava receber oxigênio, mas o local não tem estrutura
Segundo a tia da criança, Sandra Gomes, as enfermeiras estão bombeando oxigênio de forma manual para manter a criança viva, e seriam necessários aparelhos mais sofisticados para o procedimento. Ela diz estar revoltada com a demora no parto e com a falta de estrutura do hospital, temendo a morte da criança. Ainda de acordo com a irmã de Suzane, a paciente procurou pela primeira vez o Hospital São Domingos no dia 4 de outubro sentindo dores, foi atendida e o médico João Sousa a enviou de volta para casa porque ainda não estava no momento do bebê nascer. “Isso é um descaso com a vida dele, e até com a de outros pacientes que também precisam de UTI. Minha sobrinha já teve outro filho que morreu aqui por falta de respirador. O parto dela estava marcado para 19 de setembro [de acordo com o pré-natal feito em Juruti] e ficaram enrolando toda vez que vinha ao hospital. Mandavam voltar para casa e os dias foram passando. Até que, domingo, ela entrou em trabalho de parto e, como a criança era muito grande [pesou 4,9 kg], teve que ser cesária”, afirmou.
Segundo a enfermeira que está responsável pelo hospital São Domingos interinamente, Juliana Alves, no prontuário da paciente consta que ela deu entrada às 20h35 de sábado (11), com 1 centímetro de dilatação, o que não é o suficiente para interná-la. Às 23h30, o médico obstetra João Sousa a internou e o coração da criança estava normal, bem como a pressão dela e do bebê, o que indicava necessidade de parto normal. Às 0h05, a dilatação chegou a 8 centímetros, quando a paciente foi levada para a sala de parto, mas não houve progressão do feto, surgindo assim a necessidade de fazer cesária. "A demora que ela alega foi nesse período. Sobre ela se referir que veio várias vezes na emergência, não encontramos nenhum registro dela vindo outros dias aqui porque ela é uma paciente de Juruti, fez o pré-natal dela para lá", afirmou. Segundo a enfermeira, ao nascer, a criança apresentou problema de anoxia, que é a falta de oxigênio.
De acordo com o médico pediatra Sidney Barbosa, a criança está há mais de 24 horas em ventilação manual no Hospital Municipal e necessita de um aparelho mecânico para poder respirar. Segundo o médico, a criança já teve uma parada respiratória e precisa urgentemente de transferência para uma UTI.
A assessoria de comunicação do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), sediada em Santarém, informou que a unidade recebeu nesta terça-feira (14) a solicitação de transferência do bebê e está verificando a disponibilidade de leito na UTI. No momento em que tiver uma vaga, um helicóptero irá buscá-lo em Oriximiná.

O G1 tentou contato com a prefeitura de Oriximiná para esclarecer sobre a falta de estrutura no Hospital Municipal, mas até a publicação desta reportagem, não obteve resposta. parto.


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