Mãe e bebê caem em rio do Recife e dupla consegue resgatar criança

Mulher ainda está desaparecida e bombeiros trabalham nas buscas.
No momento do acidente, chovia muito e nível do Rio Tejipió havia subido.

Do G1 PE

Ponte sobre o Rio Tejipió, onde mulher está sendo procurada pelos Bombeiros (Foto: Bruno Lafaiete / TV Globo)

A dona de casa Luciana Marcelino da Fonseca, 42 anos, está desaparecida desde a tarde da última quinta-feira (13), quando caiu no Rio Tejipió, um dos que cortam o Recife. No momento do acidente, chovia muito e esse trecho do rio havia transbordado, impedindo distinguir onde estava a ponte. O filho de Luciana, o bebê Moisés Marcelino da Fonseca Coelho, de um ano e meio, também caiu no rio, mas foi socorrido por dois homens.
Um dos responsáveis pelo resgate do menino foi o montador de palco Gustavo de Assis, que não sabe nadar. "Tenho uma filha de 2 anos, só pensei nela. Pulei mesmo sem saber nadar, porque só vi o bebê subindo e descendo na água", contou. Heliel Eustáquio de Amorim, amigo de Gustavo, também entrou na água para ajudar a salvar as vítimas. "Pulei porque ele não sabia nadar e também lembrei do meu filho, que tem cinco anos".
Os dois contam que choraram muito durante o salvamento, especialmente por causa dos pedidos de Luciana para que a criança fosse retirada da água. O menino foi levado a uma unidade de saúde da região e submetido a uma lavagem estomacal, devido à água suja que ingeriu. A criança passa bem e está em casa com o pai, o ajudante de pedreiro Armando Coelho da Silva, 45 anos. "Tenho que agradecer primeiro a Deus, e depois aos dois rapazes que salvaram meu filho", disse.

Ponte é estreita e não tem guarda-corpo ou mureta de proteção (Foto: Marjones Pinheiro / TV Globo)

Testemunhas disseram que não há mureta ou guarda-corpo na ponte, além de ser uma passagem muito estreita. Eram cerca de 15h quando Luciana e Moisés caíram da ponte mais próxima de casa. O bebê foi resgatado mais adiante, perto de outra ponte da comunidade.
O tenente Clébson Azevedo, do Corpo de Bombeiros, disse que cinco pessoas estão trabalhando nas buscas, nesta sexta (14).  "São três mergulhadores, que já fizeram quatro mergulhos no trecho mais perto da casa de Luciana, mas não encontramos nada. É o trecho mais limpo do rio. Na outra ponte, perto de onde o bebê foi resgatado, as buscas tiveram que ser interrompidas porque a quantidade de lixo é muito grande, tanto assim que dá para caminhar a pé sobre os entulhos", comentou.
A Empresa de Limpeza Urbana (Emlurb) foi avisada e enviou técnicos, escavadeira e um caminhão-caçamba ao local. À medida em que o lixo é retirado, os mergulhadores dos bombeiros avançam para esse novo trecho, fazendo as buscas simultaneamente à recolhida do dejetos. Policiais militares também estão nas imediações.