De acordo com a polícia, babá teria dito que 'não aguentava o choro'.
Criança foi enterrada no cemitério do Catumbi, no Centro.
Enterro de Paulo Henrique Cesário, de 7 meses, assassinado no morro de São Carlos (Foto: Rafael Moraes/Agência O Globo)O corpo do bebê de 7 meses morto no Morro do São Carlos, no Estácio, no Centro do Rio, foi enterrado no Cemitério do Catumbi, Centro do Rio, na tarde desta quarta-feira (26). Muito abalado, o pai, Luiz Henrique Soares dos Santos, de 24 anos, disse ao G1 que está "com o coração saindo pela boca" desde que recebeu a notícia da morte do filho.
O bebê Paulo Henrique Cesário dos Santos foi morto na noite de terça-feira (25). Suspeita de matar a criança, a babá Ingrid de Carvalho Cristiano, de 20 anos, foi presa em flagrante e levada para a 17ª DP (São Cristovão). De acordo com a polícia, ela teria confessado o crime e justificado que "não aguentava o choro" da criança. Ingrid foi autuada por homicídio doloso qualificado — quando há intenção de matar e por motivo fútil.“Ela era conhecida de longe. Foi indicada pela colega da minha esposa como babá. Ela olhava outras crianças na casa dela. Ela morava perto da minha casa, era vizinha", afirmou o pai, acrescentando que a mulher, Natalie Fernandes Cesário, de 31 anos, está "inconsovável".
Luiz Henrique Soares dos Santos, de 24 anos,
aguarda a liberação do corpo do bebê Paulo
Henrique Cesário dos Santos no IML.
(Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)
Rosto inchadoaguarda a liberação do corpo do bebê Paulo
Henrique Cesário dos Santos no IML.
(Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)
De acordo com o pai, o bebê Paulo Henrique já havia aparecido com o rosto inchado há dois dois meses. No entanto, o filho de 3 anos contou aos pais que a criança havia caído da cama. “Como meu filho mais velho me disse que ele tinha caído da cama, a gente achou que ele tinha caído mesmo, nós acreditamos. Ele [irmão da vítima] estava com ela porque estava de férias na creche”, declarou.
Luiz Henrique disse que espera agora que a "justiça seja feita". "A vida vai ser difícil, foi tudo planejado [o bebê]. Infelizmente, vamos tocar nossa vida porque tenho outro bebê para tomar conta. Tenho que viver com isso. Com o tempo a gente vai se acostumando. Deus queira que a justiça seja feita. Deus é maior", lamentou.
Ingrid de Carvalho Cristiano, de 20 anos, foi presa
e levada para a 17ª DP (São Cristovão).
(Foto: Daniel Silveira / G1)
Filha teria delatado mãee levada para a 17ª DP (São Cristovão).
(Foto: Daniel Silveira / G1)
O servente de obras Luiz Henrique Soares contou que a família ficou sabendo das agressões ao bebê pela própria filha de Ingrid, de 4 anos, quando já estavam no corredor do Hospital Central da Polícia Militar. Duas senhoras ouviram a menina e, segundo Luiz, contaram à polícia.
"Quando voltou do trabalho, minha mulher foi pegar a criança e encontrou o Paulinho muito molinho. A Ingrid disse que ele estava doente, que deu um banho nele e botou a criança para dormir. Minha mulher correu com ele para o hospital e ela foi junto. No corredor, a filha dela contou que a mãe tinha ido a uma festa, queria dormir e o bebê estava chorando. Aí ela foi, colocou ele no chão e pisou no peito e no pescoço do bebê", contou o pai.
Luiz contou ainda que Natalie já tinha pedido para ser demitida pra ficar em casa cuidando do bebê. Luiz disse ainda que o casal tinha que trabalhar porque está construindo uma casa para sair da casa dos pais, no Morro de São Carlos.
O casal pagava R$ 150 para Ingrid tomar conta do bebê. "Jamais pensei que ela fosse fazer uma coisa dessas com meu filho. Nunca imaginei. Agora, só quero a justiça seja feita. Acredito até que pode ter machucado outras crianças", disse o pai do bebê
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