São investigados os delitos de
associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e usurpação de função
pública cometido pelos investigados.
PCMT
A Polícia Civil de Mato Grosso
desencadeou nesta quarta-feira (01.02) a Operação Rip Money, para cumprimento
de mandados de busca e apreensão e decretação de medidas cautelares contra três
investigados por se associar criminalmente para direcionar pessoas falecidas a
prestadoras de serviços funerários, em três cidades do norte do estado. Os
mandados estão sendo cumpridos nas cidades de Sorriso, Sinop e Lucas do Rio
Verde.
A Delegacia da Polícia Civil em
Sorriso instaurou um inquérito, no ano passado, para apurar os delitos de
associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e usurpação de função
pública cometido pelos investigados, entre eles, um homem que trabalha como
vigilante de um hospital público no município.
A operação cumpre buscas
domiciliares em três endereços dos investigados e também medidas cautelares que
determinaram o afastamento da função de vigilante e também de se aproximar dos
hospitais e dos demais investigados.
Direcionamento de serviços
Conforme a investigação, o
vigilante se oferecia para encaminhar corpos de pessoas que faleceram nos
hospitais 13 de Maio e Regional de Sorriso e nos hospitais Santo Antônio e
Regional de Sinop a funerárias das cidades mencionadas. Além disso, ele cobrava
um percentual de cada uma das empresas com quem tinha ‘um acordo’.
À empresa com quem desejava
negociar, o vigilante relatou em detalhes o funcionamento do esquema da
associação criminosa e como negociava com as demais funerárias.
Depoimentos coletados durante a
investigação apontaram que W.B.S. apresentou uma ‘negociação’ com uma
funerária, de um percentual de 15% do valor total que a empresa cobraria para
fazer um translado fora do município. Caso a pessoa que falecesse fosse
sepultada no município de Sorriso, o valor fixo cobrado seria de R$ 500,00.
A Polícia Civil apurou ainda que
o investigado já tinha uma ‘parceria’ com uma funerária de Sorriso e com outras
duas de Lucas do Rio Verde e de Sinop, porém, com essas o valor cobrado era
fixado em 10%, em acordo direto com os proprietários.
A investigação apontou ainda que
durante a tentativa de abrir mais uma negociação escusa com uma funerária, o
investigado disse que tinha informações de quando havia óbitos nos hospitais e
do estado de saúde de pacientes que estavam na UTI em estágio terminal.
Ele contou ainda que estava
‘passando os óbitos’ dos hospitais Santo Antônio e Regional de Sinop a uma
funerária já acordada, mas que tinha a intenção de passar os óbitos do Hospital
Treze de Maio à funerária que denunciou o esquema.
Abordagem a familiares
A investigação da Delegacia de
Sorriso reuniu informações que demonstram que o vigilante fez negociação de
direcionamento de serviços funerários de dois pacientes que ainda vivos, sob o
argumento de que ‘a família tem dinheiro’ e de que as pessoas estavam
‘desenganadas pelos médicos’.
Depois, ele explicou como deveria
ser feita a aproximação das famílias em luto. Para isso, procurava se aproximar
em momentos de mais sensibilidade dos familiares se passando por funcionários
da Perícia Técnica Oficial (Politec-MT), a fim de ter acesso a dados pessoais e
contatos telefônicos.
O investigado também disse em
certa ocasião, demonstrando alegria: “pelo desespero da família aqui, acho que
veio a óbito. Já vou descer lá”, ao falar como deveria ser a abordagem aos
familiares de pacientes.
A Polícia Civil apurou também que
dois proprietários de funerárias fizeram propostas ao vigilante para que os
corpos dos hospitais públicos de Sinop fossem direcionados a suas empresas, o
que caracterizou o crime de corrupção ativa.
Já o vigilante é investigado por
associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e usurpação de função
pública, este último por se fazer passar por servidor da Politec.
A operação tem como objetivo
apreender materiais que possam reforçar a investigação e permitir à Polícia
Civil identificar os agentes estatais que integram a associação criminosa.
Nome da operação
Rip é a sigla em latim para a
expressão ‘requiescat in pace’, epitáfio que significa descanse em paz.
Raquel Teixeira | Polícia Civil-MT


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