Operação da Polícia Federal foi
deflagrada nesta quinta em Mato Grosso e mais seis estados.
O empresário Valdinei Mauro de Souza, o Ney do garimpo |
O empresário Valdinei Mauro de
Souza, considerado um dos maiores empresários do ramo de mineração do País, é
um dos alvos da Operação Hermes (Hg), deflagrada nesta quinta-feira (1º) em
Mato Grosso e mais seis estados.
A Polícia Federal cumpriu mandado
de busca e apreensão na casa de Ney e de seu genro, em Cuiabá, e na sede da sua
empresa, em Poconé.
Ao MidiaNews, Souza disse que a
Polícia Federal alegou que ele teria comprado mercúrio de empresas não
legalizadas.
“Nós ainda não temos acesso ao processo,
mas o que eles disseram é que compramos mercúrio ilícito. Mas temos nota fiscal
das nossas compras e mostramos para eles”, disse.
A operação, que investiga um
esquema bilionário relacionado ao contrabando e acobertamento de mercúrio usado
em garimpos na Amazônia Legal, cumpriu 33 mandados judiciais em Mato Grosso.
A PF não informou se se tratam de
mandados de prisão ou busca e apreensão.
Estão sendo cumpridos três
mandados em Aripuanã (sendo um em área de garimpo), três em Poconé (sendo dois
em área de garimpo), 22 em Cuiabá, dois em Nossa Senhora do Livramento (ambos
em área de garimpo), um em Sinop, um em Várzea Grande e um Rondonópolis.
A Hermes (Hg) é a maior operação
de desarticulação de uso ilegal de mercúrio da história.
Entre as medidas judiciais em
cumprimento pela Polícia Federal, determinadas pela Primeira Vara Federal em
Campinas, estão: cinco mandados de prisão preventiva; nove de prisão temporária
(até 5 dias); 49 de busca em Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul e Rondônia, incluindo residências, sedes de empresas, depósitos e
áreas de mineração.
Além dos mandados, também foram determinados
o sequestro e indisponibilidade de bens dos investigados em montante superior a
R$ 1.116.000.000, correspondente ao valor calculado de prejuízo ao erário.
O principal objetivo é eliminar
um esquema criminoso de fraudes no CTF (Cadastro Técnico Federal), que é o
sistema de controle de importação e comércio de mercúrio metálico, sob
responsabilidade do Ibama.
O CTF prevê que toda a
comercialização e uso de mercúrio metálico no Brasil ocorra em estrito
cumprimento da legislação. Esse escopo institucional é chave para a
implementação da Convenção Internacional de Minamata, ratificada pelo Brasil em
2017, após aprovação pela ONU.
O controle de mercúrio é
instrumento de proteção ambiental e defesa da saúde pública, uma vez que seu
mau uso pode contaminar rios em que são utilizados, comprometendo animais,
peixes e humanos. Trata-se de elemento tóxico que pode causar danos
irreversíveis, inclusive no sistema nervoso central e levar à morte.
MidiaNews
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