Recuperação de valores realizadas
pela Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos ultrapassou a casa dos R$ 68
mil em uma semana
Polícia Civil-MT
A Polícia Civil, por meio da
Delegacia Especializada de Repressão a Crimes informáticos (DRCI) junto a
outras delegacias do estado, recuperou em uma semana R$ 68,3 mil subtraídos de
vítimas em transferências via pix, realizadas por meios ilícitos. Com números
computados entre os dias 26 de novembro a 02 de dezembro, a atuação da
especializada na recuperação de valores chega a aproximadamente R$ 10 mil por
dia.
Segundo o delegado titular da
DRCI, Ruy Peral, a recuperação de valores subtraídos de vítimas tem sido
constante, uma vez que os crimes migraram das ruas para o meio virtual e os
avanços na área de tecnologia tem induzindo mudanças no modo de ação dos criminosos.
“Os avanços no mundo moderno
proporciona mudanças no estilo de vida das pessoas, mas também traz
oportunidades para os criminosos entrarem mais facilmente em contato com as
vítimas, de dentro da própria casa ou mesmo em escritórios do crime, onde por
meio do ambiente virtual tem acesso a muito mais pessoas, sem precisarem se
expor e correndo muito menos riscos”, disse o delegado.
Em um dos casos ocorridos nesta
semana com uma vítima de Cuiabá, foi realizada uma transferência via pix no
valor de R$ 23 mil da conta bancária de uma servidora pública, além de uma
tentativa de empréstimo que acabou não se concretizando. A vítima não tinha o
valor em conta bancária, sendo que boa
parte do dinheiro transferido fazia parte do limite do seu cheque especial.
A servidora alegou que não sabe
como os criminosos tiveram acesso à sua conta bancária, uma vez que não havia
passado a sua senha para ninguém. Ela entrou em contato com a Gerência de
Combate ao Crime Organizado (GCCO) que acionou a DRCI, que junto ao setor
antifraudes da agência bancária conseguiu efetuar o bloqueio do valor.
Atualmente, os criminosos têm
utilizado os mais diferentes tipos de golpes para enganar as vítimas, que
acabam acreditando nas conversas aplicadas pelos suspeitos e fazem a transferência
dos valores, sem muitos questionamentos. Entre os golpes mais aplicados na
atualidade estão: “Falso Intermediador de Venda”, “Falso perfil de Whatsapp”,
“Golpe da Novinha”, “Golpe do Amor”, “Falso Médico”, entre muitos outros.
“Os criminosos estão cada vez
mais ousados e todos os dias surge uma nova modalidade de golpe, ou a
atualização de um já existente, além de outras modalidades de fraudes
eletrônicas com objetivo de subtrair valores de vítimas em ambiente virtual”,
destacou Ruy.
Uma vítima de Nova Canaã do Norte
caiu no golpe do falso intermediador de vendas, durante a compra de um veículo
pela internet. Para aplicar o golpe, o suspeito copiou um anúncio verdadeiro da
internet para poder intermediar a negociação do carro, fazendo assim duas
vítimas, o comprador e o vendedor do veículo.
Somente após a transferências dos
valores, as vítimas descobriram ter caído em um golpe. Por meio da ação da DRCI
em parceria com a Delegacia de Nova Canaã do Norte, foi possível recuperar R$
7,5 mil subtraídos da vítima que comprava o carro.
Porém ainda há casos, em que os
criminosos atuam na área física, no contato direto com as vítimas e a ainda
assim, usufruem do meio virtual para a prática de crimes. É o caso de situações
de roubos em que as vítimas são mantidas em cárcere privado e obrigadas
mediante ameaças a fazerem transferências via pix para a conta determinadas
pelos criminosos, sob pena de serem mortas ou fazerem algum mal para
familiares.
Um caso em que a vítima teve
contato direto com os suspeitos, ocorreu esta semana no município de Várzea
Grande. A vítima havia contratado um serviço em seu veículo, porém quando
chegou ao local, os donos da empresa decidiram alterar o valor contratado.
Mesmo a vítima pagando o inicial combinado, os suspeitos os mantiveram em
cárcere e a obrigaram fazer diversas transferências de valores mediante ameaças
e agressões. Nessa situação, a DRCI atuou e conseguiu o bloqueio de R$ 8 mil do
valor subtraído da vítima.
Ruy Peral destaca que com a
facilidade proporcionada e com a especialização dos criminosos, há um número
maior de vítima, com um prejuízo potencial cada vez maior. “A migração do crime
para o ambiente virtual, vem exigindo da Polícia um trabalho cada vez mais
qualificado, e também um trabalho de conscientização das vítimas para que
mantenham o seu ambiente virtual seguro, dificultando a ação dos criminosos
nessa área”, finalizou o delegado.
Camila Molina | Polícia Civil-MT
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