Em interrogatório,o indiciado
alegou que a criança se enrolou com um fio de carregador de celular; perícia
demonstrou o contrário
PC-MT
A Delegacia da Polícia Civil em
Primavera do Leste concluiu o inquérito que apurou a morte de uma menino de
apenas um ano e oito meses e indiciou o pai da criança por homicídio
qualificado cometido por motivo fútil, asfixia e mediante dissimulação. O
indiciado está preso preventivamente.
O delegado Allan Vitor Sousa da
Mata destacou que o trabalho pericial demonstrou que as lesões encontradas e
que provocaram a morte da criança foram geradas por ações violentas praticadas
contra a vítima. O laudo concluiu que o menino de apenas um ano morreu por
asfixia causada pela obstrução das vias aéreas.
Comparando o resultado da perícia
e o interrogatório do indiciado, a Polícia Civil apontou que apesar de tentar
amenizar a violência, o pai bateu a cabeça e sacudiu com força a criança. “A
ponto de ter provocado as lesões internas na cabeça, bem como, com as próprias
mãos, obstruindo as vias aéreas, impedindo a respiração e ocasionando o óbito
por asfixia”, explicou o delegado.
O crime ocorreu no dia 20 de
junho. A criança foi levada até a UPA de Primavera do Leste pelos pais, que
chegaram com a vítima na unidade de saúde por volta das 06h50 e a morte
atestada durante o atendimento.
A equipe da unidade de saúde
acionou a polícia e o casal foi levado pela PM à delegacia para prestar
esclarecimentos. A equipe de investigação da Divisão de Homicídios de Primavera
do Leste iniciou a apuração dos fatos.
Apuração
O pai da criança contou que por
volta das 03h30 deu mamadeira ao filho e em seguida o colocou em um berço
improvisado, ao lado da cama do casal. Ele então cobriu a criança e deixou o
aparelho celular carregando ao lado do berço.
Quando o casal acordou de manhã
para levar o menino à creche, alegou que o filho havia enrolado o carregador do
celular no pescoço e verificaram que a boca da criança estava roxa, sem
respiração e sem pulso e o levaram à UPA em seguida.
Perícia e flagrante
Após o acionamento da Politec,
uma análise preliminar do corpo da vítima constatou sinais de lesão na parte
interna dos lábios, demonstrando que alguém teria feito força para tapar a boca
da criança. O exame de necropsia realizado pela equipe médica da Politec de
Rondonópolis apontou lesões na parte interna da cabeça e hemorragia no cérebro.
A mãe da criança também foi
ouvida pela Polícia Civil e alegou que não percebeu nada, mas relatou ter visto
o marido na sala alimentando a criança durante a madrugada e quando ele colocou
o filho para dormir.
Com os indícios apontados na
perícia preliminar, o pai da criança foi preso em flagrante e a Polícia Civil
representou à Justiça pela conversão em prisão preventiva. “Os vestígios
encontrados derrubaram a versão apresentada pelo suspeito, sendo realizada a
sua prisão em flagrante pelo crime de homicídio qualificado” explicou Allan
Vitor.
Raquel Teixeira | Polícia
Civil-MT
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