Argentina, Brasil, Costa Rica,
Equador, Estados Unidos, Panamá e Paraguai, deflagram operação contra ação
contra abusos e exploração sexual infanto juvenil na internet
Ministério da Justiça e Segurança
Pública
No Brasil e sob a coordenação do
Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), foi deflagrada, nesta
quinta-feira (30), a Operação Luz na Infância 9, com o objetivo de identificar
autores de crimes de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes
praticados na internet.
A operação tem como alvo 163
mandados de busca e apreensão (74 no Brasil e 89 no Exterior), no Brasil e em
mais 6 países, de arquivos com conteúdo relacionado aos crimes de exploração
sexual praticados contra crianças e adolescentes. A ação conta com a
participação da Polícia Civil de 13 estados (AL, BA, ES, GO, MA, MS, MT, PA,
PB, PR, RN, RS e SP) e agentes de aplicação da lei dos Estados Unidos, Equador,
Costa Rica, Paraguai, Panamá e Argentina.
Integração
Como órgão central do Sistema
Único de Segurança Pública (Susp), o MJSP possui a legitimidade de fazer a
intermediação, por meio da Seopi, com os órgãos que têm a atribuição de
investigar crimes e, desta forma, sincronizar esforços para a deflagração
conjunta de operações como a Luz na Infância.
“O foco é reprimir esse crime que
tem contornos que não se identificam dentro de classes sociais. Ele acontece em
qualquer camada da sociedade, na maioria das vezes, em caráter velado dentro de
quatro paredes ou de uma pseudoproteção que a internet propicia”, explica o
coordenador-geral de Combate ao Crime Organizado da Seopi, Carlos Bock.
Segundo ele, essa intermediação
com as Polícias Civis é feita por meio do Laboratório de Operações Cibernéticas
(Cyberlab), da Seopi.
Cyberlab
O laboratório tem o papel de
assessorar as diversas investigações de crimes cibernéticos que ocorrem no
país. A partir dos desdobramentos, as polícias mapeiam suspeitos ou
organizações criminosas, coletam a materialidade do crime e elementos que se
desdobram em pedidos de busca e apreensão ou prisão dos autores. “O Cyberlab
está sempre à disposição para assessorar o melhor desempenho do trabalho de
quem conduz a investigação”, informa Bock.
O coordenador do Laboratório de
Operações Cibernéticas da Seopi, Alesandro Barreto, explica que a integração
com outros países na deflagração de operações ocorre a partir do
compartilhamento de boas práticas de investigação. “Cada país inicia a sua
investigação, cada um faz sua parte, só que a atuação é integrada com o mesmo
objetivo [no caso da Luz na Infância]: repressão a crimes contra crianças e
adolescentes”, diz.
Segundo ele, nesse contexto, a
agência norte-americana Homeland Security Investigations (HSI) tem tido papel
fundamental desde a capacitação de profissionais brasileiros ao
compartilhamento de boas práticas do trabalho investigativo. A HSI é o
principal braço investigativo do Departamento de Segurança Interna dos EUA,
responsável por investigar crimes e ameaças transnacionais, especificamente
aquelas organizações criminosas que exploram ilegalmente os sistemas de viagem,
comércio internacional, finanças e imigração.
Prevenção
Alesandro Barreto alerta os
familiares de crianças e adolescentes para o cuidado com o acesso deles à rede
mundial de computadores. “Criança não tem segredo. Papai e mamãe conversem com
seus filhos. Eles podem estar sendo alcançados por criminosos que utilizam
perfis falsos os convencendo a compartilhar determinados tipos de conteúdo.
Fiquem vigilantes. Se a gente trabalhar forte na prevenção, operações como
essas, talvez não sejam mais necessárias nos próximos meses ou anos”, afirmou
De acordo com o presidente do
Conselho Nacional dos Chefes das Polícias Civis
(CONCPC), Mário de Resende, com o avanço da tecnologia, há constante
necessidade de investimento nas Polícias Civis no que se refere à investigação
cibernética. “O Ministério da Justiça e Segurança Pública faz um importante
trabalho nessa área, mas os estados também precisam se adequar a essa
realidade”, disse.
Assessoria | Polícia Civil-MT
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