Cada um fica responsável por
coletar materiais que vão contribuir com pesquisas relacionadas a circulação de
vírus, bactérias e fungos entre esses animais.
Embora sejam transmissores da
raiva, os morcegos possuem grande importância ecológica no controle
populacional de insetos — Foto: Divulgação - Programa de Pesquisa em
Biodiversidade
Alunos da Universidade Federal de
Mato Grosso (UFMT) de Sinop, no norte do estado, estão desenvolvendo estudos
sobre morcegos que vivem nas áreas urbanas na região.
Em um laboratório improvisado
montado na calçada, os alunos analisam os morcegos. Cada um fica responsável
por coletar materiais que vão contribuir com pesquisas relacionadas a
circulação de vírus, bactérias e fungos entre esses animais.
A estudante de medicina
veterinária Rafaela Queiroz faz parte do projeto e explica quais são os
primeiros passos.
"Primeiro nós fazemos essa
triagem para ver se está tudo bem. Se houver algo diferente, fazemos um raspado
de pele e assim adquirimos dados.
Mas ao contrário do que muitos
pensam, os morcegos são fundamentais para um bom desenvolvimento do meio
ambiente.
"Eles são dispersores de
sementes natural. Fazem o trabalho, sem precisar de máquinas. Nas flores, eles
também são polinizadores", explica a estudante de zootecnia, Camila Pires.
Os alunos começaram a estudar os
animais, ano passado, quando os levantamentos ainda eram feitos a distância.
Agora que podem colocar em prática o que aprenderam, o interesse e até o
carinho por eles aumentou.
Mas para que o estudo seja feito,
antes é preciso capturar os animais. Redes finas são montadas em locais da área
urbana com flores e frutos. É nessas redes que os morcegos acabam ficando
presos.
"No momento em que a gente
conhece todos os elementos dessa fauna específica, começamos a pensar em outras
perspectivas de trabalho. Morcegos são indicadores de uma série de
acontecimentos, como incêndios. Nós temos um aluno que vai trabalhar com a
deposição de metal pesado oriundo de incêndio no pelo do morcego, por
exemplo", explica o pesquisador e professor Rafael Arruda.
Ainda esse ano, uma das etapas da
pesquisa será finalizada. Os estudantes irão mapear as áreas em que são
encontrados morcegos com o vírus da raiva, a principal doença transmitida pelo
animal.
"Espero que daqui até
novembro já tenhamos um trabalho preliminar com a fauna dos morcegos em Mato
Grosso. Nós vamos conseguir compilar os trabalhos já desenvolvidos e em alguns
meses, em parceria com a Secretaria de Saúde, já vamos ter um panorama dos diagnósticos
positivos de raiva aqui no estado", afirma Rafael.
Por Naira Pache, TV Centro
América
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