Integrantes de organização criminosa são presos na Operação Xeque-mate — Foto: William Andrade/Rede Amazônica |
A Polícia Civil de Rondônia
prendeu, nesta quinta-feira (1°), 31 pessoas suspeitas de fazerem parte de uma
organização criminosa conhecida como "Mato Grosso", que pode ter
matado 100 pessoas em um período de dez anos. Todos os integrantes desse grupo
são da mesma família.
Segundo aponta a investigação da
Operação Xeque-Mate, ao menos 30 assassinatos já estão confirmados e
relacionados com a "família Mato Grosso", moradora de Monte Negro
(RO).
Ao todo, 35 mandados de prisões
foram autorizados pela Justiça, e os agentes conseguiram cumprir 31 nas cidades
de Ariquemes (RO), Monte Negro, Ouro Preto (RO), Jaru (RO), Porto Velho,
Guajará-Mirim (RO), Costa Marques (RO), Paranatinga (MT) e Sapezal (MT).
"Temos quatro suspeitos
foragidos ainda, inclusive o líder da organização criminosa, que havia se
evadido do presídio de Ariquemes no dia 21 de março, mas a polícia segue
fazendo diligências", afirma o delegado regional Rodrigo Camargo.
Segundo o delegado, na operação
desta quinta-feira foram apreendidas três armas de fogo com o grupo, além de
cartuchos, munições e aproximadamente R$ 120 mil em espécie.
Os policiais cumpriram ainda 21
mandados de busca e apreensão e 21 ordens de afastamento/quebra de sigilo
telefônico contra os investigados.
Como a família começou a matança?
Segundo a investigação, há cerca
de dez anos a família passou a fazer cobranças em Monte Negro (RO), mediante
ameaças e extorsões, contratados por empresários locais.
Por causa disso, a família
começou a ficar conhecida no meio criminoso e moradores da região passaram a
ter medo. Isso porque os parentes matavam qualquer pessoa que desafiasse ou
desrespeitasse a família.
Enquanto os crimes não eram
descobertos, segundo a Polícia Civil, a família começou a se sentir
"poderosa" e assim foi se estruturando como organização criminosa.
A Polícia Civil diz que muitos
dos crimes praticados pela família foram reprimidos, alguns parentes até
presos, mas os familiares soltos continuavam assassinando seus rivais.
Além dos homicídios, a Civil
investiga outros vários crimes contra o grupo, como:
Extorsão
Tráfico de drogas e associação ao
tráfico
Furtos
Assaltos a mão armada
Ameaças
Em coletiva de imprensa, o
delegado Lucas Torres, que também participou da operação, explicou como a
atuação da quadrilha na região do Vale do Jamari foi descoberta.
"No decorrer dos últimos dez
anos nós identificamos um grande número de inquéritos instaurados, que visavam
cumprir medidas individuais de crimes praticados por cada pessoa dessa família.
Com isso, a gente percebeu muito mais do que uma estrutura familiar, mas sim
uma organização criminosa com cerca de 40 integrantes", explicou Torres.
Ainda segundo a polícia, a
organização criminosa aterrorizava a população com arrastões e ataques de tiros
em ruas, roubos e baleando moradores.
Pirâmide e organograma
De acordo com o delegado Lucas
Torres, os integrantes do grupo tinham um organograma de funcionamento, em
formato de pirâmide.
Cada pessoa da família tinha uma
função no crime. Havia parente que só praticava homicídios, enquanto outros
faziam ameaças e roubos. "E tudo isso era feito sob ordem do chefe da
quadrilha", afirma.
Delegado Lucas Torres, que ajudou a coordenar investigação da Operação Xeque-Mate em Rondônia — Foto: William Andrade/Rede Amazônica |
Operação Xeque-mate
Ao todo, 106 policiais participam
da operação, que conta ainda com 35 viaturas, quatro cães, um helicóptero,
Core, Samu, e Politec.
Aos jornalistas, o delegado
Rodrigo Camargo explicou que não foi necessário o uso de força para prender
nenhum dos suspeitos e o caso vai seguir em investigação.
Mais de 30 policiais cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão — Foto: Polícia Civil/Reprodução |
Por Jônatas Boni, G1 RO
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os recados postados neste mural são de inteira responsabilidade do autor, os recados que não estiverem de acordo com as normas de éticas serão vetado por conter expressões ofensivas e/ou impróprias, denúncias sem provas e/ou de cunho pessoal ou por atingir a imagem de terceiros.