O Instituto Butantan desenvolveu uma vacina contra a covid-19, a ButanVac. Essa é a 1ª vacina brasileira contra a covid-19. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciaram a produção nesta 6ª feira (26.mar.2021).
A ButanVac foi produzida
inteiramente por cientistas do instituto. As etapas em laboratório já foram
concluídas e agora será pedida à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária) a autorização para testes em humanos. O pedido deve ser realizado
hoje para o início das fases 1 e 2.
“Os resultados dos testes
pré-clínicos se mostraram extremamente promissores, o que nos permite evoluir
para os testes em voluntários já agora, no próximo mês de abril, desde que a
Anvisa autorize”, disse Doria. E completou: “Essa é uma dose de esperança para
o Brasil“.
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A vacina também será protocolada
ainda na tarde desta 6ª feira na OMS (Organização Mundial da Saúde). Assim, a
organização poderá acompanhar a produção, de acordo com as normas
internacionais.
Não foi especificado o que seria
os “resultados excelentes” mencionados por Doria e Covas. O instituto afirmou
que realizou os primeiros testes em animais com a ajuda de laboratórios
indianos. Mas, por ainda não ter sido testada em humanos, o número de doses
necessárias para a imunização é desconhecido.
A ButanVac começou a ser
pesquisada em março de 2020. O Ministério da Saúde não patrocinou os estudos,
que foram realizados com recursos do próprio Butantan e pelo governo do Estado
de São Paulo. Mas o Estado não vai comprar lotes de forma individual, a vacina
será oferecida ao governo federal antes de contratos individuais e da
importação para outros países.
Segundo Covas, a vacina 100%
brasileira será produzida integralmente contra a covid-19. Para que os testes
possam começar em abril, o presidente do instituto afirmou que irá “dialogar
intensamente” com a Anvisa e espera que a agência veja a necessidade de rapidez
para a aprovação dos testes clínicos em humanos.
A expectativa é encerrar todos os
testes e ter 40 milhões de doses da ButanVac até o final de 2021. Covas afirmou
que o estudo pode ser encurtado com base nas experiências do Butantan com a
CoronaVac.
A tecnologia utilizada é similar
à utilizada na vacina da gripe e da febre amarela, ou seja, produzida em ovos.
Essa é a 1ª vacina contra a covid com ovo. “Essa é uma das formas mais seguras
de se produzir uma vacina. Milhões de pessoas tomam a vacina contra a gripe
todos os anos e a nossa tem a mesma tecnologia“, disse Covas.
Além disso, todos os insumos para
a produção já existem no Brasil. O Butantan é o maior produtor do hemisfério
sul da vacina da gripe, que usa a mesma tecnologia da ButanVac. Por causa
disso, o instituto tem a capacidade de produzir até 100 milhões de doses da
vacina por ano.
Covas afirmou também que o
Instituto Butantan fez um compromisso com países de renda baixa e média para
vender a ButanVac. No consórcio, o Vietnam e a Tailândia também vão produzir a
vacina e realizar testes clínicos. “O
mundo rico combate porque tem recursos, ele vai ficar relativamente
livre do vírus. Mas os países pobres podem continuar na pandemia e temos que
combater os vírus exatamente nesses países“.
O Butantan estuda ainda o
desenvolvimento de outras 2 vacinas contra a covid. Além disso, os estudos com
o soro anticovid, autorizados na 5ª feira (25.mar) pela Anvisa, também
continuam no instituto.
Poder 360.
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