Policiais estão indignados com o
fato de estarem atrás de presos na lista de prioridade para vacinação contra a
Covid-19 no Plano Nacional de Imunização (PNI). Segundo o presidente do do
Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil de Mato Grosso (Sinpol-MT),
Gláucio de Abreu Castañon, tal fato é uma “inversão de valores”. Isso porque as
pessoas detidas estão isoladas socialmente e os servidores tem de lidar com
várias pessoas na linha de frente, todos os dias, se colocando em risco pela
sociedade.
“Não importa nesta pandemia em
que fase está, se tem vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) ou não. Os
policiais estão trabalhando normalmente, fazendo enfrentamento e tendo contato
com bandidos e outras pessoas, sem estar vacinado. As policias estão sendo
massacradas em todos os sentidos”, disparou o presidente, em entrevista ao
Olhar Direto.
Ainda segundo Gláucio, causa
bastante indignação o fato de os presos estarem à frente dos policiais na lista
de prioridades. “Se as políticas públicas falam em distanciamento social, fique
em casa, quem está preso está isolado socialmente, dentro de uma cela. Mas o
policial que está cuidando dele, manejando, tendo o contato direto, ficar para
ser vacinado depois deles é no mínimo uma inversão de valores e uma falta de
respeito para com o cidadão de bem”.
Ainda sobre o que chama de
massacre contra os policiais do país, o presidente explica que possibilidade de
concurso público é sempre conversada com a Polícia Civil. Porém, nada concreto
que saia do papel. Ele ainda lembra da PEC 32/20, a qual tem tirado o sono dos
servidores de Segurança Pública.
Quando falamos em desmonte, está
aí. Esta reforma, a PEC 32, que está no Congresso Nacional, proíbe a abertura
de concursos. Ela fala em recomposição apenas dos cargos vagos durante a
vigência desta lei. Em Mato Grosso, são previstos quatro mil investigadores,
hoje são 2.050 na ativa, sendo que se pegar os que estão baixados por doença, de
licença ou por qualquer outro motivo, cai para 1.800”.
“Está inviável continuar do jeito
que está. Se autorizarem um concurso hoje, só daqui a dois anos o policial está
pronto para se apresentar. Enquanto isto, tem unidades no interior com apenas
uma pessoa atuando. A situação é precária”, finalizou.
Congresso
Deputados membros da Comissão
Externa de enfrentamento à Covid-19 na Câmara dos Deputados pediram pela
flexibilização dos grupos prioritários para vacinação contra a Covid-19 pelo
Ministério da Saúde, na terça-feira (16). Na reunião, pediram pela inclusão dos
profissionais da saúde, educação e portadores de doenças raras e
autoimunizantes nas faixas de prioridade.
Em defesa da vacinação dos
policiais, o deputado piauiense Capitão Fabio Abreu (PL) disse que 34
servidores da segurança pública morreram de Covid-19 em seu estado desde o
início da pandemia. Em oposição, entre os 5 mil presos, considerados
prioritários pelo Ministério, apenas um morreu no mesmo período.
Foto: Wesley Santiago/Olhar Direto
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