2020/04/23

Sintep afirma que volta às aulas em meio a pandemia levará a mortes: “querem transformar estudantes em cobaias?”

Sintep afirma que volta às aulas em meio a pandemia levará a mortes: “querem transformar estudantes em cobaias?”


O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Valdeir Pereira, fez um forte discurso questionando o governador Mauro Mendes (DEM) sobre o possível retorno das aulas na rede público a partir de maio, ainda em meio à pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, a ação levará morte para as famílias do Estado: “Querem transformar estudantes em cobaias?”. O Executivo afirmou que vai avaliar a evolução dos casos de coronavírus e a ocupação dos leitos hospitalares públicos em Mato Grosso pelos próximos sete dias para determinar o retorno para as unidades de ensino.


“Nos causa estranheza a pretensão do governador de abrir a rede pública de ensino em plena pandemia do novo coronavírus, alegando existência de UTIs e leitos hospitalares. Querem, com esta medida, transformar nossos filhos e estudantes em cobaias? Não existe vacina e nem tratamento para a doença. Com esta medida, a morte certamente chegará às nossas famílias, por irresponsabilidade de governantes que não dão valor à vida”, pontuou o presidente.

Valdeir ainda acrescenta que este não é o momento dos alunos retornarem para as escolas, tampouco os trabalhadores. “Não são ambientes seguros para ninguém. Portanto, é o momento de pensar na vida em primeiro lugar”.

O Governo do Estado vai avaliar a evolução dos casos até 30 de abril. A intenção é ter segurança antes de tomar decisão pelo retorno das aulas nas escolas públicas e particulares.

O Decreto 462/2020, publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado de quarta-feira (22.04), estabelece que caso a ocupação dos leitos hospitalares públicos exclusivos para a Covid-19 for menor que 60%, o retorno das atividades escolares está previsto para o dia 4 de maio.

Nesta data, a previsão do Governo é de que estejam disponíveis 1.273 leitos exclusivos para pacientes do coronavírus, tanto clínicos quanto de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Desta forma, se a ocupação atingir número superior a 764 leitos, ou seja, acima dos 60%, haverá a manutenção da suspensão das aulas, como forma de garantir a segurança dos alunos e de toda a população. Atualmente, apenas seis pacientes estão internados em hospitais públicos, sendo três em UTI e três em enfermaria.

As aulas foram suspensas no dia 23 de março como forma de prevenção e para diminuir a incidência da transmissão da Covid-19. E a retomada das atividades escolares somente deverá ocorrer seguindo orientações que serão determinadas em novo decreto.

Para garantir ambiente seguro para os alunos, todas as medidas de higiene serão tomadas, como o uso de máscaras de proteção por alunos e professores, utilização do álcool 70% e distanciamento de 1,5m entre as pessoas.


Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

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