Mais de 150 índios xavantes
tiveram cartões retidos por golpistas na região de Barra do Garças, a 516 km de
Cuiabá. O crime foi descoberto pela Delegacia Especializada em Roubos e Furtos
de Barra do Garças. Uma operação, nessa quinta-feira (21), apreendeu mais de
370 cartões, documentos e itens dos indígenas.
A polícia estima, por baixo, que
o grupo conseguia pegar R$ 100 mil mensais das vítimas.
Nenhuma pessoa foi presa, mas a
polícia continua a investigação para localizar a quadrilha. Foram seis meses de
investigação a partir de denúncias e relatos dos próprios índios.
“[A quadrilha] fazia a retenção
dos cartões de indígenas, com as senhas, e fazia empréstimo, ou seja,
agiotagem. Eles ficavam com esses cartões e essas senhas, além dos documentos
pessoais, cobravam juros, que variavam entre 10% a 40%”, declarou o delegado
Wilyney Santana Borges Leal.
De acordo com o delegado, foram
cumpridos mandados de busca e apreensão domiciliares nas residências dos
suspeitos.
Foram encontrados 135 cartões
bancários com senha dos indígenas, incluindo do programa federal bolsa família,
além de 242 documentos pessoais e oficiais dos índios, como carteira de
trabalho, RGs, CPF e título de eleitor.
Diversos cartões foram
apreendidos na operação em Barra do Garças — Foto: Ivan de Jesus/Centro América
FM Diversos cartões foram apreendidos na operação em Barra do Garças — Foto:
Ivan de Jesus/Centro América FM
Em uma das residências foi
encontrado ainda duas máquinas de cartões, as quais eram utilizadas para passar
os cartões dos índios, indo o dinheiro diretamente para a conta bancária de um
dos suspeitos, sem que precisassem ir até o banco para sacar os valores.
As investigações demonstram que
os suspeitos emprestam dinheiro para os indígenas, cobrando juros. Como garantia
de recebimento, os golpistas ficavam com os cartões bancários e com as senhas.
O grupo somente devolvia aos
índios quando recebiam o valor emprestado, com os juros exorbitantes.
Como precisavam de dinheiro para
sobreviver, voltavam novamente aos suspeitos, alimentando o ciclo de
empréstimos.
O delegado afirma que esta pode
ter sido a maior apreensão de documentos e cartões bancários de indígenas em
poder de agiotas em Mato Grosso. O nome da operação A' UWE, significa povo
xavante na língua indígena.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os recados postados neste mural são de inteira responsabilidade do autor, os recados que não estiverem de acordo com as normas de éticas serão vetado por conter expressões ofensivas e/ou impróprias, denúncias sem provas e/ou de cunho pessoal ou por atingir a imagem de terceiros.