O deputado federal José Medeiros
(Pode) reapresentou um projeto de lei de autoria do então deputado federal,
hoje presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que prevê o fim da
exigência do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para atuar como advogado.
Para justificar a proposta,
apresentada em 2007 e arquivada devido ao fim da Legislatura, Bolsonaro
argumentou que a imposição fere princípios constitucionais, uma vez que somente
estabelecimentos de ensino superior, devidamente reconhecidos pelo Ministério
da Educação, podem qualificar seus alunos.
Segundo ele, o objetivo era
equiparar os bacharéis em Direito aos demais profissionais de classe do país,
que não têm a necessidade de se submeter a uma avaliação.
“Some-se a isso as recentes
notícias sobre fraudes em diversas provas de Exame de Ordem, além de
informações correntes sobre a presença direta ou indireta de profissionais,
advogados ou não, ligados às Seccionais da OAB que integram cargos de direção
ou de magistérios em cursos preparatórios especializados para a prestação do
Exame de Ordem”, diz trecho do projeto reapresentado por Medeiros.”
Em enquete lançada pelo deputado
mato-grossense em seu perfil no Twitter, que contou com mais de quatro mil
votos, 65% dos internautas se manifestaram favoráveis à extinção do Exame da
Ordem. Para a OAB em Mato Grosso, a proposta vai na contramão do que exige a
sociedade.
Presidente da OAB-MT, Leonardo
Campos disse que a discussão sobre a necessidade, importância e,
consequentemente, obrigatoriedade legal do Exame da Ordem, já se mostrou
esgotada, ao ser pacificada pelo entendimento dos Poderes do país.
“Mas o debate constante que se
travou em torno do Exame da Ordem é importante, pois ele deve estar sempre
sendo estudado e aprimorado para que esteja em sintonia com o avançar do
Direito no Brasil”.
Para o presidente da comissão de
Ensino Jurídico da OAB-MT, José do Patrocínio, não é aceitável no atual estágio
da educação jurídica brasileira cogitar o fim do Exame de Ordem.
“Milhares de bacharéis são despejados
anualmente pelas faculdades, sem nenhum preparo para garantir, minimamente, a
defesa dos direitos, por exemplo, da liberdade, da honra e do patrimônio. Isso
acontece devido à falta de fiscalização adequada por parte do Ministério da
Educação, que se mostra complacente com a mercantilização do ensino jurídico.
Isso está incentivando aquilo que chamamos de estelionato educacional, porque
autoriza a abertura desvairada de cursos de Direito”, disparou.
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