Uma barragem da mineradora Vale
na Mina Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, se
rompeu na tarde desta sexta-feira, 25. Segundo a empresa, as primeira
informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da
companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. Ainda não há informações sobre
vítimas. A Defesa Civil confirmou que há pessoas isoladas.
De acordo com o Ibama, a barragem
que rompeu, a VI, tinha volume de 1 milhão de m³ de rejeitos de mineração. Para
efeito de comparação, a barragem da Samarco que em 2015 se rompeu, soterrando o
distrito de Bento Rodrigues e matando 19 pessoas, tinha 50 milhões m³ de
rejeitos.
O Corpo de Bombeiros informou que
o acidente aconteceu na altura do km 50 da Rodovia MG-040. Os bombeiros
enviaram equipes com policiais civis e militares, com enfermeiros e
medicamentos, além de cinco aeronaves e um helicóptero. Também foram acionados
militares do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad).
Em primeira análise, o Ibama
afirma que a primeira estrutura receptora dos impactos seria a Barragem de
Retiro Baixo, a cerca de 150 quilômetros do ponto de rompimento. A equipe do
Núcleo de Prevenção e Atendimento a Emergências Ambientais do Ibama se deslocou
para o local com servidores da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de Minas.
No Facebook, a prefeitura de
Brumadinho pediu que a população mantenha distância do leito do Rio Paraopeba,
que é um afluente do Rio São Francisco. Em nota, a Copasa, responsável pelo
abastecimento de água na região metropolitana de Belo Horizonte, afirmou que
não há risco de desabastecimento.
O parque de Inhotim teve que evacuar
mais de mil pessoas às pressas, com medo de que a lama proveniente da ruptura
de uma barragem da Vale em Brumadinho atingisse o parque. O jardim e museu de arte contemporânea a céu
aberto é a maior atração turística da região, reunindo obras de arte dos mais
importantes artistas contemporâneos. O local não foi ainda atingido, mas não se
sabe se a lama pode alcançar o parque. São 600 funcionários e cerca de mil
visitantes por dia. Mas não se sabe quantas pessoas estavam no parque no
horário do fechamento.
O Ministério Público de Minas
Gerais enviou uma equipe do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais (Nucrim)
para verificar e avaliar a extensão dos danos. O ministro do Meio Ambiente,
Ricardo Salles, o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre
Lucas Alves, e o diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e
Desastres, Armin Augusto Braun, seguirão para Brumadinho.
Segundo o Ibama, a competência
primária para acompanhamento do acidente é do órgão licenciador, neste caso,
estadual. “A competência federal só será estabelecida se o incidente
ultrapassar os limites territoriais ou atingir significativamente um bem da
União. De qualquer maneira, o Ibama continuará acompanhando o evento e
prestando o apoio necessário aos órgãos públicos”, informou o órgão. O
governador de Minas, Romeu Zema, segue para o local, enquanto o vice, Paulo
Eduardo Brandt, sobrevoa a região.
Tragédia de 2015
Em 5 de novembro de 2015, o
rompimento de uma barragem da Samarco também em Minas, entre Ouro Preto e Mariana,
soterrou o distrito de Bento Rodrigues e matou 19 pessoas. A lama que desceu da
barragem destruiu flora e fauna, além de ter atingido o Rio Doce e alcançado o
Oceano Atlântico pelo litoral do Espírito Santo, onde está a foz do curso
d'água. O rompimento é considerado o maior desastre ambiental do Brasil.
Fonte: Estadão
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