2019/01/25

Barragem da Vale se rompe em Brumadinho e atinge comunidade

SEM LEGENDA
Uma barragem da mineradora Vale na Mina Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, se rompeu na tarde desta sexta-feira, 25. Segundo a empresa, as primeira informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. Ainda não há informações sobre vítimas. A Defesa Civil confirmou que há pessoas isoladas.

De acordo com o Ibama, a barragem que rompeu, a VI, tinha volume de 1 milhão de m³ de rejeitos de mineração. Para efeito de comparação, a barragem da Samarco que em 2015 se rompeu, soterrando o distrito de Bento Rodrigues e matando 19 pessoas, tinha 50 milhões m³ de rejeitos.

O Corpo de Bombeiros informou que o acidente aconteceu na altura do km 50 da Rodovia MG-040. Os bombeiros enviaram equipes com policiais civis e militares, com enfermeiros e medicamentos, além de cinco aeronaves e um helicóptero. Também foram acionados militares do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad).

Em primeira análise, o Ibama afirma que a primeira estrutura receptora dos impactos seria a Barragem de Retiro Baixo, a cerca de 150 quilômetros do ponto de rompimento. A equipe do Núcleo de Prevenção e Atendimento a Emergências Ambientais do Ibama se deslocou para o local com servidores da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de Minas.

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No Facebook, a prefeitura de Brumadinho pediu que a população mantenha distância do leito do Rio Paraopeba, que é um afluente do Rio São Francisco. Em nota, a Copasa, responsável pelo abastecimento de água na região metropolitana de Belo Horizonte, afirmou que não há risco de desabastecimento.

O parque de Inhotim teve que evacuar mais de mil pessoas às pressas, com medo de que a lama proveniente da ruptura de uma barragem da Vale em Brumadinho atingisse o parque.  O jardim e museu de arte contemporânea a céu aberto é a maior atração turística da região, reunindo obras de arte dos mais importantes artistas contemporâneos. O local não foi ainda atingido, mas não se sabe se a lama pode alcançar o parque. São 600 funcionários e cerca de mil visitantes por dia. Mas não se sabe quantas pessoas estavam no parque no horário do fechamento.

O Ministério Público de Minas Gerais enviou uma equipe do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais (Nucrim) para verificar e avaliar a extensão dos danos. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves, e o diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres, Armin Augusto Braun, seguirão para Brumadinho.
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Segundo o Ibama, a competência primária para acompanhamento do acidente é do órgão licenciador, neste caso, estadual. “A competência federal só será estabelecida se o incidente ultrapassar os limites territoriais ou atingir significativamente um bem da União. De qualquer maneira, o Ibama continuará acompanhando o evento e prestando o apoio necessário aos órgãos públicos”, informou o órgão. O governador de Minas, Romeu Zema, segue para o local, enquanto o vice, Paulo Eduardo Brandt, sobrevoa a região.

​Tragédia de 2015
Em 5 de novembro de 2015, o rompimento de uma barragem da Samarco também em Minas, entre Ouro Preto e Mariana, soterrou o distrito de Bento Rodrigues e matou 19 pessoas. A lama que desceu da barragem destruiu flora e fauna, além de ter atingido o Rio Doce e alcançado o Oceano Atlântico pelo litoral do Espírito Santo, onde está a foz do curso d'água. O rompimento é considerado o maior desastre ambiental do Brasil.

Fonte: Estadão


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