bama apreendeu maquinários durante a operação em Mato Grosso — Foto: Ibama/Assessoria
Vinte e duas pessoas envolvidas
na exploração ilegal de ipê nas Terras Indígenas (TIs) Aripuanã, Roosevelt e
Parque do Aripuanã, no noroeste de Mato Grosso, foram identificadas pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama).
O instituto divulgou, nessa
sexta-feira (9), um balanço de uma operação que resultou na identificação dos
suspeitos e dos maquinários.
A operação foi feita com ajuda da
Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Gerência de Operações Especiais (GOE) da
Polícia Civil de Mato Grosso.
Durante as fiscalizações,
realizadas em 9 frentes de exploração ilegais, agentes ambientais apreenderam
13 caminhões, 3 pá carregadeiras, 4 tratores adaptados para a retirada de
árvores, 2 tratores de esteira, 2 reboques florestais, 8 motos, 12 motosserras,
6 armas de fogo e 1 caminhonete.
A madeira seguiria para serrarias
de Espigão do Oeste (RO) e Aripuanã, a 976 km de Cuiabá.
Com a chegada das equipes, os
criminosos usaram toras para obstruir ramais e tentar impedir a apreensão do
maquinário. O bloqueio das vias e o risco de conflito tornaram inviável a
remoção dos equipamentos usados pelos infratores.
Em razão disso, a maioria dos
bens apreendidos foi destruída no local para garantir a interrupção das
atividades ilegais e impedir o agravamento da situação.
Nas áreas vistoriadas, foram
encontrados mais de 2,5 mil metros cúbicos de madeira em toras, a maioria de
ipê.
Ipê
A grande demanda pela espécie,
associada ao alto valor de mercado, resultou praticamente no fim de estoques em
áreas privadas e no aumento da pressão sobre Terras Indígenas e Unidades de
Conservação para extração ilegal.
Cada metro cúbico de ipê em tora
extraído legalmente de Planos de Manejo Florestal (PMFS) é vendido por cerca de
R$ 850. A variação de preço ocorre em razão da qualidade da tora.
Após serrado e beneficiado, o
metro cúbico da espécie é exportado por até R$ 9,5 mil, valor que pode variar
de acordo com a cotação do dólar.
Criminosos tentaram esconder
caminhões com madeira ilegal — Foto: Ibama/Assessoria
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As Terras Indígenas exploradas
pelo grupo criminoso são reservas naturais de ipê, espécie florestal amazônica
de maior valor no mercado madeireiro. Nos últimos três anos, representou 38,7%
do volume de madeira exportado para os Estados Unidos e a Europa.
Em valor, o ipê corresponde a 56%
das exportações de produtos florestais, segundo dados do Sistema do Documento
de Origem Florestal (DOF).
Nas TIs fiscalizadas, o metro
cúbico do ipê extraído ilegalmente era negociado por menos de R$ 50. Um dos
infratores flagrados no local revelou que pagava R$ 3 mil por mês a indígenas
para ter acesso à área e realizar a exploração ilegal.
O ipê ilegal chega ao consumidor
acobertado por créditos florestais virtuais procedentes principalmente de
Planos de Manejo Florestais Sustentáveis (PMFS) fraudados. Empresas de fachada
são usadas para negociação de madeira ilegal e sonegação fiscal. Cada metro
cúbico de crédito é comercializado ilicitamente por até R$ 800,00.
As informações obtidas durante a
investigação serão encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF) para
apuração no âmbito criminal.
Por G1 MT
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