BRASÍLIA - A Polícia Federal deve abrir, na
segunda-feira, inquérito para investigar o envolvimento de dois policiais
militares de Brasília com a produção e distribuição de fake news sobre urnas
eletrônicas domingo passado. Num vídeo, gravado em frente à Superintendência da
Polícia Federal, os sargentos Hércules e
Ivomar, falam sobre o registro de uma ocorrência de uma urna que, segundo eles,
teria sido adulterada. A informação, segundo o Tribunal Regional Eleitoral
(TSE), era falsa.
O vídeo se alastrou pelas redes
sociais como uma prova de que o sistema de votação eletrônico do país poderia
estar mesmo contaminado. O inquérito
será aberto por determinação do procurador regional eleitoral José Jairo Gomes.
Na requisição do inquérito, Gomes pede
que os policiais sejam investigados por promover desordem e por fazer
propaganda de um dos candidatos a presidente, Jair Bolsonaro (PSL), em pleno
dia da eleição.
No ofício endereçado à Polícia
Federal na quarta-feira, o procurador diz que como "o argumento de fraude
no sistema eletrônico de votação constitui propaganda de campanha de um dos
candidatos a presidência da República"
e que lei nº 9.504/97 classifica como crime "a
divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus
candidatos" no dia da eleição, cabe a polícia abrir inquérito para apurar
os supostos desvios de conduta dos sargentos.
No mesmo ofício, o procurador
argumenta ainda, com base no artigo 296 do Código Eleitoral, que é crime
"promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais". A falsa
informação sobre a fraude numa urna em Brasília teria alimentado a desconfiança
de apoiadores de Bolsonaro contra o sistema de votação eletrônico. Queixas contra urnas eletrônicas tem sido uma
das principais peças da campanha do candidato do PSL. Numa outra frente, o
Tribunal Regional Eleitoral pediu que a Corregedoria-Geral da Polícia Militar
também abra uma investigação contra Hércules e Ivomar.
A confusão começou na tarde de
domingo quando Hércules e Ivomar, usando uniformes da policia militar,
acompanharam um mesário e um técnico em eletrônica à Polícia Federal. O mesário
e o técnico, convocado para prestar serviço à Justiça Eleitoral, registraram
uma ocorrência contra uma suposta fraude numa urna eletrônica do Guará, região
administrativa de Brasília. Os dois alegavam que a urna estava carregada de
votos antes mesmo do início da votação. No mesmo ato, os dois policiais
gravaram um vídeo em frente ao prédio da PF anunciando a suposta fraude.
O GLOBO
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os recados postados neste mural são de inteira responsabilidade do autor, os recados que não estiverem de acordo com as normas de éticas serão vetado por conter expressões ofensivas e/ou impróprias, denúncias sem provas e/ou de cunho pessoal ou por atingir a imagem de terceiros.