General Hamilton Mourão,
candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro pelo PSL - Jorge William
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Campanha de Bolsonaro quer evitar
que vice e economista voltem a causar polêmica, depois de declaração sobre
relação entre criminosos e lares de ‘mãe e avó’ e caso CPMF
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SÃO PAULO - A cúpula da campanha
do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) determinou que seu vice,
general Hamilton Mourão, e o responsável pelo programa de governo na área
econômica, Paulo Guedes, sejam comedidos em suas declarações em público. Os
dois poderão seguir com suas agendas de palestras para grupos fechados, mas
foram orientados, com o aval do próprio Bolsonaro, a evitar a imprensa e fugir
de temas polêmicos.
PESQUISAS: Acompanhe o desempenho
dos candidatos para presidente
Em uma estratégia de contenção de
danos após declarações controversas de ambos, a orientação é que o protagonismo
volte a Bolsonaro como o único porta-voz da campanha. Internado há 15 dias no
Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde se recupera de um esfaqueamento,
ele seguirá falando aos eleitores por meio de mensagens em suas redes sociais,
vídeos ou em transmissão ao vivo pela internet, quando tiver a autorização da
equipe médica.
Mourão segue roteiro
A determinação é consequência
direta de declarações controversas da dupla nesta semana: Mourão afirmou que
lares apenas com “mãe e avó” são “fábrica de elementos desajustados”, enquanto
Guedes, em uma reunião com um grupo de investidores, teria sugerido criar um
imposto nos moldes da CPMF.
Segundo interlocutores do PSL,
ruídos como esse podem expor a campanha de Bolsonaro, líder nas pesquisas de
intenções de votos, a um risco desnecessário.
Os efeitos da nova ordem já foram
sentidos ontem. O general Mourão participou, em São Paulo, de uma palestra para
empresários na sede da Abimeq, associação que reúne indústrias de máquinas e
equipamentos. Diferentemente de outros eventos, foi conciso e evitou sair do
seu roteiro escrito em três folhas de papel. Ao responder perguntas da plateia,
também não se alongou em seus comentários.
O militar da reserva, que sempre
atende à imprensa, foi blindado pela assessoria do PRTB. Ainda durante o
evento, jornalistas foram comunicados que o general Mourão não daria
entrevistas. A determinação foi uma decisão do PSL.
Já o economista Paulo Guedes,
após receber uma ligação de Bolsonaro, cancelou, alegando “conflito de agenda”,
sua participação — também ontem — de um encontro com investidores em São Paulo.
Hoje, o economista é esperado em um encontro na Amcham-Brasil.
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Os discursos desencontrados
forçaram a realização de uma reunião, na última terça-feira, da cúpula da
campanha de Jair Bolsonaro. Além de discutir os rumos da candidatura nesta reta
final, o objetivo era demonstrar unidade entre os principais aliados, entre
eles Paulo Guedes, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno e os filhos de
Bolsonaro. Ali também ficou determinado que general Mourão, que não estava
presente no encontro, não representaria Bolsonaro nos debates e sabatinas.
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dos candidatos para presidente
O clima de conciliação com que
foi encerrada a reunião durou pouco. No dia seguinte, a cúpula foi acordada com
a notícia da “nova CPMF” que obrigou Bolsonaro a fazer uma ligação a Paulo
Guedes.
— O comandante é o Jair, todos os
outros são soldados — disse o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do
presidenciável.
POR JUSSARA SOARES
globo.com
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