Com estradas ruins, transporte em
Mato Grosso é o mais alto da região Centro-Oeste
Mais da metade das rodovias
estaduais do Mato Grosso receberam a classificação péssima em estudo da
Confederação Nacional do Transporte (CNT). Como consequência, apenas para as
ações emergenciais de restauração das vias, a CNT estima que seriam necessários
R$ 2,37 bilhões.
O professor de engenharia de
transportes da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Luis Miguel de
Miranda, destacou que o gasto com a compra de um caminhão e com a gasolina para
abastecer o veículo é maior do que a quantia que seria utilizada para
transporte em outro modal. “Como é que consegue sobreviver com soja, milho,
algodão, arroz, feijão em cima de caminhão. É porque o país é grande, é porque
o país não tem alternativa e todo mundo suporta o custo Brasil que é o dinheiro
que vai para o ralo e falta dinheiro para tudo que é mais importante e
obrigação do Estado”, ressaltou.
No total do país, foram
analisados 105.814 km de rodovias. A classificação regular, ruim ou péssima
atingiu quase 62% enquanto em 2016 esse índice era de 58,2%.
Ainda segundo a CNT, 363 trechos
de rodovias estão com pontos críticos, ou seja, situações atípicas como queda
de barreira, ponte caída, erosão na pista e buraco grande. Esse último foi o
que apresentou mais problemas com 238 ocorrências.
O professor da Universidade de
São Paulo (USP) João Vicente Caixeta Filho explica que 80% do transporte de
carga agrícola é feitos por rodovias. Para ele, a solução é, muitas vezes,
barrada por questões políticas.
“O tempo de maturação para a obra
ferroviária é mais longo que vai ultrapassar os mandatos políticos. Então, deve
fazer parte de uma agenda mínima de Estado e o Estado extrapola governo e
partido político, e nós precisamos de projeto de Estado onde de fato possa ter
uma capilaridade adequada para movimentar as cargas de uma maneira geral e
particularmente as cargas agrícolas”, explicou.
A extensa possibilidade
hidroviária do país deve ser utilizadas para movimentação da agricultura.
“Temos que explorar também a grande vantagem do Brasil que é a hidrovia que é o
sistema mais barato que existe de transporte. Algumas obras pontuais, por
exemplo, eliminando algumas rochas no Tocantins, Araguaia pode viabilizar o
grande escoamento de toda essa região”, afirmou.
É importante pensar o transporte
de mercadorias no Brasil de forma eficiente. Com uma boa administração, é
possível fazer estradas, ferrovias e hidrovias - preservando o meio ambiente -
e melhorando o custo do transporte no país.
Texto: Marianna Peres/Diário de
Cuiabá
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