Caminhoneiros decidem liberar
BR-316 após pressões da Justiça. (Foto: Reprodução / PRF)
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Caminhoneiros decidiram liberar
totalmente o trânsito na rodovia BR-316, em Benevides, região metropolitana de
Belém, depois que a Justiça Federal determinou a retirada dos veículos que estavam
bloqueando parcialmente a via. A negociação foi feita pela Polícia Rodoviária
Federal. Os motoristas inicaram o protesto no KM 23 da rodovia há dois dias
contra os aumentos no preço dos combustíveis.
De acordo com a Polícia
Rodoviária Federal (PRF), os caminhões foram retirados para as margens da
rodovia e não há mais retenção no trânsito. O fluxo está normalizado.
A decisão, assinada pelo juiz
federal Gilson Jader Gonçalves Vieira, determina a reintegração de posse, no
sentido de afastar qualquer ato de turbação ou esbulho na BR; que os
manifestantes se abstenham de ocupar, obstruir ou dificultar a passagem em
qualquer trecho da rodovia BR-316 ou de qualquer outra rodovia federal no
estado.
O juiz determinou ainda que o
descumprimento deve implicar em crime de desobediência à ordem judicial e prevê
multa R$ 20.000,00 ao manifestante individual, por cada hora de descumprimento.
A decisão também autorizou o uso
de força policial federal em caso de descumprimento.
Confira trecho da decisão que determina a liberação das rodovias federais. (Foto: Reprodução / Justiça Federal) |
No Pará, os caminhoneiros estão
reivindicando:
estabilização do valor do diesel
para compensar os aumentos recentes;
elaboração de planilha do custo
operacional dos caminhões;
proposta de aumento nos fretes e
o fim do frete retorno;
mais estrutura nas empresas.
Na manhã desta quarta-feira (22),
os caminhoneiros já haviam liberado parcialmente o trecho no km 23, permitindo
o tráfego em uma das faixas. Segundo a PRF já não houve registro de
engarrafamento. O local possuía fila de caminhões estacionados por cerca de
dois quilômetros nos dois sentidos.
Desde a última sexta-feira (18),
quando a Petrobras anunciou mais uma alta do valor nas refinarias, a categoria
começou a mobilização em vários estados do país. Na semana passada, foram cinco
reajustes diários seguidos. A escalada dos preços acontece em meio à disparada
dos valores internacionais do petróleo.
"Redução é esmola", diz
presidente de cooperativa de transportadores
A Petrobras anunciu redução a
partir desta quarta-feira (23) nos preços da gasolina em 2,08% e os do diesel
em 1,15% nas refinarias, em meio a discussões dentro do governo sobre a alta
dos preços e protestos dos caminhoneiros.
De acordo com a petroleira, o
preço da gasolina nas refinarias cairá de R$ 2,0867 o litro para R$ 2,0433 a
partir desta quarta. Já o preço do diesel será reduzido de R$ 2,3716 para R$
2,3351.
"A redução é esmola",
disse o presidente da Cooperativa Nacional dos Transportadores Autônomos,
Fabrício Melo, em vídeo divulgado pelo portal Benevidense.
Melo disse que a redução é uma
"demagogia baseada na diminuição do valor do dólar que não compensa as
perdas causadas pelos aumentos do diesel".
Para ele, o valor do frete também
é um problema para os transportadores. No Pará, os motoristas acabam tendo
prejuízos em serviços prestados das regiões sudeste e sudoeste para a região
metropolitana. "Na volta, o motorista acaba tendo que dar carona para a
carga do empresário. Tem que acabar com o frete retorno. O mesmo valor que vem
tem que o mesmo do retorno porque há custos para o caminhoneiro".
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