O Ministério Público Estadual
(MPE) afirmou que o empresário Claudemir Pereira dos Santos, alvo da Operação
Bereré, emitiu dois cheques no valor total de R$ 30 mil à empresa Fama S.A,
cuja sócia Maria de Fátima Azóia Pinoti é prima da prefeita afastada de Juara,
Luciane Bezerra (PSB).
A informação consta em relatório
produzido a partir da quebra de sigilo bancário de Claudemir Santos.
A operação, deflagrada na última
segunda-feira (19), aponta que o contrato mantido pela empresa EIG Mercados
(antiga FDL) com o Detran-MT foi firmado em 2009 de forma fraudada, sendo que
parte dos valores milionários retornava como propina a políticos, entre eles o
ex-governador Silval Barbosa, o ex-deputado Pedro Henry (PP) e os deputados
Mauro Savi e Eduardo Botelho, ambos do PSB.
Após o pagamento, segundo a
investigação, os valores eram “lavados” por meio da empresa Santos Treinamento,
que era parceira da EIG no contrato com o Detran, e através de depósitos em
favor de funcionários da Assembleia Legislativa e parentes dos investigados.
Um dos sócios da Santos
Treinamento, até 2015, era Claudemir Santos. Na quebra de sigilo bancário,
consta que ele repassou dois cheques, de R$ 15 mil cada, para a empresa Fama
S.A, nos dias 25 e 26 de dezembro de 2013.
Foi possível constatar que esta
efetuou duas doações no pleito eleitoral de 2014, sendo uma no valor de R$ 23,5
mil para o candidato a deputado estadual Oscar Martins Bezerra, marido de
Luciane Bezerra
O MPE narrou que além de ser
prima da prefeita afastada de Juara, a sócia da Fama, Maria Pinoti, fez doações
eleitorais de R$ 14 mil para Luciane, em 2010, quando se elegeu deputada
estadual, e em 2014 para o deputado Oscar Bezerra (PSB), esposo da agora
prefeita.
“Ainda no tocante à Sra. Maria de
Fátima, foi possível constatar que esta efetuou duas doações no pleito
eleitoral de 2014, sendo uma no valor de R$ 23,5 mil para o candidato a
deputado estadual Oscar Martins Bezerra, marido de Luciane Bezerra, e outra no
valor de R$ 25 mil para o candidato a deputado estadual Valdir Mendes
Barranco”.
Investigado
Claudemir Pereira dos Santos foi
sócio da Santos Treinamento, empresa que atuava para lavar parte do dinheiro
recebido pelo FDL e distribuir as propinas aos políticos e sócios envolvidos.
O MPE afirmou que além de
integrar a Santos Treinamento de 2006 até 2015, Claudemir Santos era a pessoa
encarregada de receber a propina direcionada ao deputado Mauro Savi.
Ainda de acordo com as
investigações, foi Claudemir quem trouxe toda a documentação para que o
empresário Rafael Torres passasse a ser sócio da Santos Treinamento. Rafael,
que também é delator da operação, era o responsável por receber a propina
voltada ao ex-governador Silval Barbosa.
Segundo Dóia, também foi
Claudemir quem recebeu a propina inicial do contrato, de R$ 750 mil, destinada
à campanha de Mauro Savi.
A operação
A operação foi desencadeada no
dia 19 de fevereiro em Cuiabá, Sorriso e Brasília (DF), com o cumprimento de
mandados de busca e apreensão na Assembleia Legislativa, em imóveis e
escritórios, além da sede da empresa em Brasília.
Foram alvos da operação o
presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB), o deputado
estadual Mauro Savi (PSB), o ex-deputado federal Pedro Henry, servidores
públicos, empresas e particulares.
A operação é desdobramento da
delação premiada do ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes, o
"Dóia".
Ele revelou esquemas de corrupção
na autarquia, iniciados em 2009, e que renderia, ao menos, R$ 1 milhão por mês.
A EIG Mercados venceu uma
licitação, em 2009, para prestar serviços de registro de financiamentos de
contratos de veículos, por um período de vinte anos.
Até julho de 2015, a empresa
ficava com 90% da arrecadação anual - estimada em R$ 25 milhões - e o órgão com
10%.
Em julho de 2015, já na gestão
Pedro Taques (PSDB), o Detran fez um termo aditivo ao contrato, passando a
receber 50% da arrecadação.
Por: Midia News
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