Uma das poucas fotografias que
Maria tem de 3, dos 4 filhos. (Foto: Arquivo Pessoal)
Maria vive com a angústia há 12
anos, quando os 4 filhos desapareceram
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A história de uma profunda dor
começou em Cuiabá, onde Maria Inez Gabriel Marcelino morava com o marido.
Depois de mais uma briga, ela diz que decidiu pela separação e veio para Campo
Grande(MS) em busca de ajuda. Quando voltou para pegar as crianças, elas já
haviam sumido.
Maria tem 38 anos, nasceu e cresceu
na aldeia Alagoinha, a 30 quilômetros de Sidrolândia (MS). Quando conheceu o
ex-marido, tinha apenas 16 anos de idade. Para viver um amor, ela decidiu ir
embora da aldeia. "Ele dizia que era paraibano, morava aqui perto da
aldeia trabalhando na região. Nos conhecemos e mudamos para Cuiabá em busca de
emprego, eu era menor e tinha parado os estudos", narra.
A frente da violência, oito anos
de casamento foram marcados pela tortura. "Minha família não tinha
notícias da gente. Fui embora sem legalizar minha documentação e depois de
algum tempo ele passou a me trancar dentro de casa, judiava de mim e das
crianças", descreve.
Decidida pela separação, Maria
conta que comprou uma passagem para Campo Grande(MS) e veio em busca da
família, sem condições de trazer as crianças, ela recorda do aviso que acabaram
sendo as últimas palavras trocadas entre os dois.
Maria (foto) foi vítima do
ex-marido. Vive com a angústia há 12 anos, quando os 4 filhos desapareceram,
segundo ela, sequestrados pelo pai.
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"Eu disse pra eles (filhos)
que voltaria para buscá-los e ia pedir ajuda. Em Sidrolândia consegui ajuda da
família. Voltei para Cuiabá uma semana depois e os vizinhos disseram que ele
desapareceu com as crianças, sem deixar endereço e contato".
Maria diz que na época tinha
pouco conhecimento sobre leis. Com pouco dinheiro e sem ter para onde ir,
resolveu voltar para Mato Grosso do Sul em busca de ajuda. "Procurei o
Conselho Tutelar, mas nunca tive uma resposta sobre eles", afirma.
O último indício sobre o
paradeiro dos filhos veio em 2016 quando procurou a Defensoria Pública e o
Tribunal Regional Eleitoral. "Descobri que um dos meus filhos tem título
de eleitor na Paraíba, mas ninguém conseguiu me explicar um jeito de entrar em
contato".
Com um ofício e os registros de
nascimento em mãos, ela tenta saber o paradeiro dos 4: Lucas Adriano Gabriel
Alves, Gabriele Gabriel Alves, Junior Gabriel Alves e Carlos Eduardo Gabriel
Alves, levados por Marinésio Cândido Alves.
Sem resposta, Maria convive com a
dor de um silêncio e distância de quem ela, infelizmente, não viu crescer.
"Meu sonho é reencontrar minhas crianças", reforça.
Sem perder as esperanças, a maior
vontade é dizer as crianças que nunca desistiu. "Não sei o que pode estar
passando pela cabeça deles hoje. Imagino que ele tenha me dado como morta,
quero que eles saibam que eu sempre amei", declara, emocionada.
O Lado B entrou em contato com a
Defensoria Pública de Sidrolândia, não obteve resposta sobre o caso de Maria
Inez.
Se alguém souber do paradeiro dos
meninos, entre em contato com a gente, pelo Facebook do Lado B.
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