2017/07/05

Filho quer ver o pai 'apodrecendo na cadeia' por ter matado a mãe

Nádia de Oliveira, de 50 anos, foi morta a tiros e o corpo foi achado em canavial nesta segunda-feira (3). Ex-marido indicou local à polícia e foi levado ao CDP
O corpo da secretária Nádia de Oliveira, de 50 anos, encontrada morta nesta segunda-feira (3) em um canavial em Cruz das Posses, distrito de Sertãozinho (SP), será enterrado em Santa Rosa de Viterbo (SP). Abalado com a morte da mãe, Leonardo de Oliveira Caetano diz que espera que o pai, que confessou o assassinato à polícia, seja punido. “Espero que meu pai passe o resto da vida dele apodrecendo na cadeia.”


Desde o desaparecimento da mãe em junho, Leonardo acreditava no envolvimento do pai no caso e que ele poderia atentar contra a vida de Nádia.
O suspeito, André Luiz Pinho Caetano, de 44 anos, teve a prisão temporária decretada e indicou o local onde estava o corpo à polícia. O casal estava separado há um ano e meio, e segundo familiares, ele não aceitava o fim do relacionamento.


De acordo com o delegado Ricardo Turra, André Luiz foi indiciado por homicídio qualificado. Ele foi levado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pontal (SP), e deverá ter a prisão temporária convertida em preventiva.

Violência


Nádia estava desaparecida desde 23 de junho, quando deixou o local de trabalho – um hangar no Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto (SP) – acompanhada do ex-marido. Câmeras de segurança registraram o momento em que os dois saíram de moto.

Segundo o suspeito, Nádia foi morta no mesmo dia com dois tiros e o corpo foi deixado no canavial. Confirmando a investigação da polícia, André Luiz revelou que vendeu o próprio carro para comprar a arma usada no crime. Ele disse que o revólver foi jogado no Rio Pardo, junto com as roupas de Nádia. O homem contou que a vítima manteve relação sexual com ele na tentativa de se salvar.


Após matar a ex-mulher, Caetano disse que foi para a casa da mãe dele em Sertãozinho e tentou se suicidar ingerindo veneno para ratos. Ele foi socorrido pelo irmão e ficou dez dias internado na Santa Casa, até receber alta na manhã desta segunda-feira.


“Eu sempre faço essas palhaçadas, compro daqueles potinhos de rato e tomo tudo. Estou morrendo aos poucos”, disse André Luiz, destacando que confessou o crime para que os filhos pudessem enterrar o corpo da mãe.

Ciúmes


O suspeito afirmou que matou a ex-mulher por ciúmes depois que descobriu que ela estava em outro relacionamento. “Eu matei minha esposa. Meu menininho de 2 anos falou para mim: ‘ô pai, a mãe tem um namorado’. Gente, não é por nada, não é culpa dela, ninguém é de ninguém, eu não devia ter feito isso, não dá o direito de tirar a vida de ninguém”, afirmou.

Filho mais velho do casal, Leonardo diz que o pai sempre foi violento e que as agressões contra a mãe resultaram em uma medida protetiva determinada pela Justiça que o obrigava a manter distância da ex-mulher. De acordo o estudante, André Luiz também é usuário de drogas. Na época do desaparecimento, o jovem declarou que acreditava que a mãe tivesse sido chantageada para subir na moto.


Tristeza


Nesta terça-feira, Leonardo lembrou o carinho da mãe com os filhos e disse que ela sempre foi batalhadora, desempenhando os papéis de mãe e pai na família.



“Minha mãe sempre foi uma mulher guerreira, fazia de tudo por mim e por meu irmão. Dava amor e carinho, sempre foi e sempre será minha rainha e também meu rei, já que ela fazia papel de pai e mãe. Uma mulher com um coração imenso, uma felicidade contagiante e um amor pela vida que eu nunca vi igual. Não tenho palavras pra descrever o que eu sinto, é tudo muito complexo”, afirmou.
G1

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