2017/06/28

Pedreiro mora há 11 anos dentro de túmulo após perder casa

CEMITERIO

Quem visita o Cemitério Municipal de Marialva, na região de Maringá (norte do Paraná) às vezes pode ficar assustado ao ouvir uma voz grave saindo de um túmulo. Trata-se de um homem de 45 anos que há mais de 11 mora, sozinho, em um túmulo abandonado do cemitério."Tem um monte de gente que se assusta comigo", afirmou o pedreiro Edson Carvalho ao jornalista Alexandre Gaioto, de O Diário , dando uma boa gargalhada e tragando, com prazer, um cigarro cedido pelo fotógrafo da equipe de reportagem.
Muitas pessoas que residem nas cercanias do cemitério conhecem a história do Edson. "Ele é gente boa, bacana, querido por todos", comentou a professora Maedani Moreira. "É um homem muito engraçado e inteligente. Sou amigão dele: a gente sempre toma umas pingas", orgulha-se o caminhoneiro Adriano.



Nem todos gostam

Mas nem todos os vivos aprovam da presença de Edson no meio dos mortos, conforme atestou o jornalista Alexandre Gaioto. O novo coordenador do cemitério, Alexandre Modesto, é um dos principais críticos dessa permanência inusitada. Desde que assumiu o cargo há seis meses, Modesto já autorizou duas notificações para que o morador abandonasse o mausoléu.



"O fiscal vai lá pela manhã e nunca encontra ele no mausoléu", afirma, queixando-se que o inquilino é "baderneiro" e que aborda as pessoas, durante os enterros, para pedir dinheiro. As declarações de Modesto, porém, não correspondem aos relatos dos próprios funcionários do cemitério. "Edson não é baderneiro: é sossegado, na dele", comenta um servidor municipal que trabalha na necrópole e não quis ser identificado. "Nunca vi ele pedindo dinheiro em enterro", ressalta outro funcionário público, que também preferiu não ter o nome revelado.



O jornalista Alexandre Gaioto acrescenta que é até difícil acreditar que aquele sujeito, vestindo camiseta polo azul clara por baixo de uma blusa cinza e calça jeans azul e sapato marrom com respingos de tinta branca, reside dentro de um mausoléu.



Barraco destruído por incêndio

Medindo um metro e setenta, magro, e com uma barba bem feita num dos quatro banheiros do cemitério - que ficam abertos 24 horas por dia -, Edson conta que veio parar no cemitério em 2006, depois que o local em que morava, um barraco de obra no bairro Novo Horizonte, foi atingido por um incêndio. "Perdi tudo o que tinha", relata ele sobre o RG, as roupas, o par de tênis, o colchão e uma coberta.



Fetichistas vão ao local à noite

À noite, quando Marialva está dormindo, o cemitério ganha nunaces eróticas e sensuais. Casais fetichistas, na calada da noite, pulam a mureta para realizar seus desejos, crentes de que as únicas testemunhas da luxúria são as almas enterradas. E nem desconfiam que há um voyeur dentro de um dos mausoléus, acompanhando todos os detalhes picantes das relações. "Eu vejo tudo o que eles fazem", revela, com um jeitão sacana, orgulhoso de sua moradia privilegiada.


Por: G1



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todos os recados postados neste mural são de inteira responsabilidade do autor, os recados que não estiverem de acordo com as normas de éticas serão vetado por conter expressões ofensivas e/ou impróprias, denúncias sem provas e/ou de cunho pessoal ou por atingir a imagem de terceiros.

Featured post