Petista Ságuas Moraes ataca proposta do governo federal e anuncia voto contra |
Uma jovem de Sinop, (Norte a 505
km de Cuiabá) foi presa na manhã deste sábado (4), com um travesseiro recheado
de droga.
Ela foi flagrada na MS-164 Km 14,
durante abordagem a um ônibus que fazia o itinerário Ponta Porã a Campo Grande
(MS).
Nervosa com a fiscalização, a
jovem chamou a atenção dos militares. O travesseiro era usado como encosto.
Dos oito deputados federais de
Mato Grosso, pelo menos, cinco são favoráveis à Reforma da Previdência. No
entanto, admitem que o projeto proposto pelo governo federal precisa ser
discutido com inúmeros setores da sociedade para realizar alterações e
adequá-lo a realidade dos trabalhadores.
Apenas Ságuas Moraes (PT) é
contra a proposta. O petista, oposicionista ao Governo Michel Temer (PMDB), é
mais radical acerca da reforma. Alerta que a medida prejudica a população. “É
absurda porque afeta profundamente direitos dos trabalhadores”, explica ao .
Para Ságuas, o governo federal
fez uma quantia mágica para o trabalhador aposentar com a idade mínima de 65
anos. Exemplifica que diante da nova proposta, o contribuinte precisaria
ingressar no mercado de trabalho desde o 16 anos, e trabalhar por 49 anos
ininterruptos. “Agora quem inicia a trabalhar com 16 anos? Em concursos as
pessoas iniciam com 22 a 25 anos e, neste caso, vão aposentar com mais de 74
anos, no final da vida”, exemplifica o parlamentar.
Ságuas também refuta o discurso
de que a previdência está quebrada. Segundo o petista, a arrecadação da
previdência é cerca de R$ 350 bilhões e despesas de R$ 430 bilhões. Mas se as
demais contribuições, dentre outras, o Confins e PIS não fossem desviado a sua
finalidade, a previdência teria superávit. “Se a gente colocar tudo em seu
devido lugar com certeza não será deficitária. Precisamos garantir ao
trabalhador que ele possa desfrutar da aposentadoria com pelo menos com pouco
de saúde”, sustenta.
Na contramão do petista, o
deputado federal Nilson Leitão (PSDB) se indigna com discurso petista, na
pessoa do ex-presidente Lula, de que a previdência não é deficitária.
“Precisamos debater com profundidade, zelo, mas sem se estender eternamente.
Temos que ter a coragem de fazer o que não foi feito em anos anteriores”,
pontua.
Como presidente da Frente
Parlamentar da Agropecuária (FPA), o tucano explica que iniciou o debate com o
setor. “Todo governo que edita uma proposta quer que seja aprovada o mais
rápido possível e na integra, mas não acredito que vai ter esse sucesso. Vão
ter emendas, debates. Mas acho que deverá ser aprovado até o próximo
trimestre”, avalia.
O tucano lembra ainda que uma das
partes mais polêmicas é acerca da idade mínina – atualmente a soma da idade e o
tempo de contribuição precisa atingir 95 anos para os homens e 85 para as
mulheres. “A reforma não pode prejudicar o menos favorecido, esse tem que ser
cuidado, olhar aposentadoria, discutir bem e poder encontrar um equilíbrio ao
longo desse debate”, completa Leitão.
Mais cauteloso, o deputado
federal Ezequiel Fonseca (PP) acredita que se tratar de um tema polêmico a
discussão deve se estender até o fim deste ano. Exemplifica que um agricultor
ou da construção civil não tem como trabalhar até 65 para se aposentar em razão
esforço físico. “As Policias Militar e Civil querem ficar fora da nova reforma,
para discutir o assunto depois”, explica o progressista referindo-se que um
projeto de lei será enviado separadamente.
De todo modo, Ezequiel argumenta
que é favorável a reforma previdenciária, mas não da forma que foi apresentada
pelo governo federal. “Vamos discutir com as categorias e esperamos que elas
colaborem com uma contraproposta. É preciso ter cautela para fazer os avanços
necessários”, salienta.
Membros da Comissão Especial da
Reforma da Previdência na Câmara, o coordenador da bancada de Mato Grosso no
Congresso Nacional Victório Galli (PSC) e Adilton Sachetti (PSB) defendem a
Reforma da Previdência, no entanto, sustentam que é preciso ter um debate
profundo. “O governo encaminhou a proposta mas deve manter apenas 10% do que
está lá. Precisamos fazer uma reforma honesta e justa. Cuidar daqueles que
estão em fase de se aposentar. Mas, ao mesmo tempo, priorizar as gerações
futuras, senão nossos filhos e netos ficarão sem aposentadoria”, explica Galli.
O deputado Fabio Garcia (PSB),
por sua vez, explica que o PSB elabora uma proposta com uma série de alterações
à do governo federal. “Estamos fazendo uma série de debates no partido com
vários especialistas para montar uma contraproposta. Assim que estiver fechado
o texto vamos apresentá-lo”, pontua.
A reportagem do procurou os parlamentares Carlos Bezerra e
Valtenir Perreira (ambos do PMDB), no entanto, não houve retorno às nossas
ligações.
Alterações
A PEC encaminhada à Comissão da Câmara
prevê que a idade mínina para se aposentar é 65 anos – com regra de transição
para homens com 50 anos e mulheres com 45 anos. Atualmente o trabalhador tem
direito à aposentadoria quando a soma da idade e da contribuição atingem 95
para homens e 85 para mulheres. Outra alteração é na contribuição mínina,
saindo de 15 anos para 25 anos.
Para os servidores públicos o
projeto prevê o fim das diferenças do regime de previdência geral e o público.
Atualmente há regime próprio de previdência que é separado dos trabalhadores
privados. Já o trabalhador, a regra vigente, estabelece que os homens se
aposentem com 60 anos e mulheres com 55 anos. Em ambos casos precisam comprovar
15 anos de trabalho no campo. Caso a PEC seja aprovada, vai passar a se
aposentar com 65 anos, com 25 anos de contribuição. (Com informações G1)
Tarso Nunes
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