Mulher começou a procurar a filha e achou vítima em uma estrada de terra - S |
A transexual Emanuelle Muniz, de
21 anos, foi morta a pedradas após ser vítima de um sequestro no domingo (26),
em Anápolis, a 55 km de Goiânia. De acordo com a Polícia Civil, o corpo dela
foi encontrado pela própria mãe, em uma estrada na zona rural da cidade.
Conforme a corporação, a jovem desapareceu após entrar em um carro na porta de
uma boate.
Segundo o delegado Cleiton Lobo,
do Grupo de Investigação de Homicídios de Anápolis (GIH), a mãe estava com a
filha em uma festa e, na porta do evento entraram em um carro para pegar
carona. Ao perceber que o veículo estava cheio, ela saiu e chamou Emanuelle, a
puxando para fora. No entanto, segundo a corporação, o carro saiu em alta
velocidade com a jovem dentro
“Diante disso, a mãe procurou uma
amiga e começou a percorrer toda a cidade atrás da filha. Quase cinco horas
depois do desaparecimento ela entrou em uma estrada de chão, mas o pneu do
carro furou. Quando ela saiu do veículo para trocar o pneu com a amiga,
encontrou o corpo da filha a poucos metros e ficou desesperada. Imediatamente
ela acionou a Polícia Militar”, disse o delegado ao G1.
O crime aconteceu na madrugada de
domingo, em uma estrada que dá acesso à BR-060, em Anápolis. De acordo com o delegado,
a jovem saiu da festa com a mãe 1h, e foi morta meia hora depois. O corpo foi
encontrado às 7h. Conforme as investigações, a jovem teve o celular levado
pelos criminosos. No entanto, o delegado afirma que o crime pode ter sido
motivado por preconceito de gênero.
“Apesar de, a princípio, ser
tratado como latrocínio, não descartamos qualquer outra hipótese. Inclusive,
que tenha sido um homicídio motivado por ódio de gênero. Ela era uma transexual
com traços femininos, tinha seios, mas ainda não tinha feito cirurgia de
mudança de sexo. A gente ainda não sabe se eles sabiam ou não que ela era
transexual e se isso foi um fator que motivou o sequestro e o crime”, afirmou.
Segundo o investigador, próximo
do corpo a polícia encontrou a pedra utilizada para matar a jovem. “Uma pedra
enorme. Todos os fatos que envolvem este crime só revelam a tamanha brutalidade
com que ele foi cometido”, revelou o delegado.
A Polícia Civil vai analisar
imagens de câmera de segurança e ouvir testemunhas para tentar identificar o
veículo que foi usado.
Ferido encontrado
O delegado disse ao G1 que no
local onde o corpo foi encontrado estava um outro jovem ferido. Segundo ele, o
rapaz é um usuário de drogas e já havia sido visto outras vezes na região. No
entanto, segundo o investigador, não há indícios de que ele tenha relação com o
crime ou tenha sido machucado pelo mesmo autor do crime que matou a transexual.
"Pra gente, até então foi
uma coincidência este outro rapaz ferido estar próximo do local. Mas, claro,
vamos apurar este fato para ver em qual circunstância cada uma das situações
ocorreu", afirmou.
Globo
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