A Câmara dos Deputados decidiu nesta segunda-feira (12) cassar o mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de ter mentido ao afirmar não possuir contas no
exterior em depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras no ano passado.
A cassação foi aprovada por 450 votos a favor, 10 contra e 9
abstenções; 470 deputados participaram da sessão, incluindo o presidente da
Casa, que só votaria se houvesse empate.
Ao deixar o plenário após a votação, Cunha ouviu gritos de
"adeus, Cunha" e "fora".
Em seu discurso no plenário antes da votação, Cunha negou
ter mentido à CPI erelacionou sua cassação ao processo de impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
"Eu estou pagando o preço de ter meu mandato cassado
por ter dado continuidade ao processo de impeachment. É o preço que estou
pagando para Brasil ter ficado livre do PT", afirmou o peemedebista. "O
que quer o PT é um troféu para poder dizer que é golpe", disse Cunha.
"Alguém tem dúvida que se não fosse minha atuação, teria processo de
impeachment?", perguntou retoricamente o deputado.
No ano passado, Cunha foi o responsável por aceitar o pedido
de impeachment de Dilma, que acabou deixando a Presidência em definitivo no
último dia 31.
Após os discursos na tribuna, aliados de Cunha ainda
tentaram adiar novamente a votação. Maia rejeitou recurso de Carlos Marun (PMDB-MS),
um dos mais fiéis aliados do deputado afastado.
Marun pretendia que a cassação fosse votada por meio de um
projeto de resolução, em vez de ser votado o parecer do Conselho de Ética pela
perda do mandato. A diferença é que, se fosse aprovada a votação por projeto de
resolução, seria possível apresentar emendas para uma pena mais branda que a
cassação. O presidente da Câmara rejeitou o pedido de Marun, mas o deputado
recorreu para que o caso fosse decidido pelo plenário, que também o rejeitou.
Eduardo Cunha permaneceu boa parte da sessão de cassação
sozinho no plenário, checando mensagens no celular e sem conversar com outros
deputados. Marun e Rogério Rosso (PSD-DF) foram alguns dos deputados que o
cumprimentaram.
Durante sua fala, deputados petistas gritavam
"golpista". Faixas e cartazes com os dizeres "fora, Cunha"
e um boneco que representava Cunha com roupas de presidiário podiam ser vistos
no plenário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os recados postados neste mural são de inteira responsabilidade do autor, os recados que não estiverem de acordo com as normas de éticas serão vetado por conter expressões ofensivas e/ou impróprias, denúncias sem provas e/ou de cunho pessoal ou por atingir a imagem de terceiros.