De acordo com o delegado Luiz Renato Maximiano, responsável pelo caso, o
rapaz foi levado à delegacia, prestou depoimento e foi liberado. O jovem alegou
à Polícia Civil que as cirurgias haviam sido combinadas e tinham um objetivo
espiritual.
"Ele disse que os dois eram religiosos, mas não eram vinculados a
nenhuma religião específica. Afirma ainda que o idoso lia muito a Bíblia,
mencionou várias vezes a circuncisão e disse que ela serviria para 'selar a
aliança deles com o Senhor'", afirmou ao G1.
O procedimento ocorreu no sábado (30). O jovem contou que o próprio
idoso comprou materiais como algodão, esparadrapo e álcool para realizar o ato.
A vítima apresentou um sangramento maior, mas que fora controlado após a
operação. No dia seguinte, o rapaz enterrou o prepúcio no canteiro da
quitinete, como pedido pelo aposentado.
Na noite de domingo, após deitarem, o rapaz percebeu que o homem havia
morrido, mas só acionou socorro pela manhã. Quando questionado pelo delegado
porque não o fez antes, ele disse que aquela era a "vontade de Deus".
Problemas de saúde
Maximiano afirmou que a vítima tinha problemas cardíacos. A dupla já era
amiga e resolveu morar junto há cerca de dez dias. À polícia, o jovem revelou
que ambos dormiam na mesma cama, mas negou que mantivessem um relacionamento
homossexual.
"Ele afirmou que via o idoso pregando e adquiriram uma certa
empatia. O aposentado tinha problemas de saúde e o colega era uma espécie de
cuidador dele", pontua.
Ao ser acionado, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)
esteve no local e acionou a Guarda Civil Metropolitana (GCM), que por sua vez,
chamou a Polícia Civil.
O próprio rapaz desenterrou o pedaço de pele cortado e entregou à
polícia. A faca usada foi apreendida pela corporação. O jovem foi submetido a
um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), que constatou que
ele também foi circuncidado.
O delegado afirmou que o jovem deve responder por lesão corporal seguida
de morte, pois agiu com dolo ao realizar a lesão, mas não tinha a intenção de
matar o idoso. A pena, caso seja condenado, varia de 4 a 12 anos.
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