Conforme estudo do Ministério da Saúde, a má formação congênita pode ter relação com a contaminação de gestantes que tenham contraído dengue, chicungunha e zyca; casos estão sendo investigados.
DA REDAÇÂO
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Os casos de microcefalia foram registrados na Santa Casa de Rondonópolis.
A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) informa que, a exemplo do que está acontecendo na região Nordeste do país, houve, de agosto a novembro, um aumento significativo e preocupante de casos de bebês que nasceram com microcefalia também em Mato Grosso. Esses casos, conforme aponta estudo do Ministério da Saúde, podem estar relacionados à contaminhação de gestantes que tenham contraído dengue, chicungunha e zyca, todas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Na última década, foram registrados muito poucos casos por ano no estado. Em 2006, por exemplo, foram apenas dois e em 2013, um. Este ano, o número de bebês atingidos por esta doença subiu para 58, sendo 54 casos registrados em Rondonópolis.
Na série da última década, foram registrados muito poucos casos por ano no estado. Em 2006, por exemplo, foram apenas dois e em 2013, um. Este ano, o número de bebês atingidos por esta doença subiu para 58, sendo 54 casos registrados em Rondonópolis.
Em 23 de novembro de 2015, a Superintendência de Vigilância em Saúde da SES-MT recebeu um comunicado do Escritório Regional de Rondonópolis sobre a mudança no padrão de ocorrência de má formação congênita específica no cérebro, dos 54 recém-nascidos, nos quais o cérebro não se desenvolveu de maneira esperada para a idade ao nascer. Os casos foram registrados no Hospital e Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis, referência em maternidade de médio e alto risco para 19 municípios da região sul de Mato Grosso.
As alterações foram percebidas e registradas a partir de agosto deste ano, sendo identificados dois casos em prematuros gêmeos, que ficaram internados na UTI Neonatal, 13 casos em setembro, 24 em outubro e 15 casos em novembro, até a data de 21 do mesmo mês.
Os casos foram registrados no Hospital e Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis, referência em maternidade de médio e alto risco para 19 municípios da região sul de Mato Grosso.
A SES também foi informada sobre a existência de alteração no perímetro cefálico em cinco fetos, por meio de ultrassonografia obstétrica realizadas nas gestantes durante o pré-natal. Três desses casos foram registrados em Rondonópolis e dois em Cuiabá. Dos 54 casos registrados, 46 pertencem ao município de Rondonópolis, 04 de Pedra Preta, 01 de Alto Araguaia, 01 de Alto Garças, 01 de Jaciara e 01 de São José do Povo.
Em pesquisa realizada junto ao Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) nos últimos 10 anos, não houve registro específico de ocorrência de microcefalia na regional Sul. A série histórica de registro de casos de microcefalia em Mato Grosso também aponta para a baixa incidência de ocorrência de má formação congênita nos últimos nove anos.
Diante desses casos, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso repassa às gestantes de Mato Grosso as orientações do Ministério da Saúde.
Confira as orientações:
1 - Devem ter a sua gestação acompanhada em consultas pré-natal, realizando todos os exames recomendados pelo seu médico;
2 - Não devem consumir bebidas alcoólicas ou qualquer tipo de drogas;
3 - Não utilizar medicamentos sem a orientação médica;
4 - Evitar contato com pessoas com febre, exantemas ou infecções;
5 - Adoção de medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças, com a eliminação de criadouros (retirar recipientes que tenham água parada e cobrir adequadamente locais de armazenamento de água);
6 - Proteger-se de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes apropriados, indicados para gestantes;
MISTÉRIO
Até que se esclareçam as causas do aumento da incidência dos casos de microcefalia no país, as mulheres que planejam engravidar devem conversar com a equipe de saúde de sua confiança. Nessa consulta, devem avaliar as informações e riscos da gravidez para tomar a decisão.
Não há uma recomendação do Ministério da Saúde para evitar a gravidez. As informações estão sendo divulgadas conforme o andamento das investigações. A decisão de uma gestação é individual de cada mulher e sua família.
O Ministério da Saúde, em parceria com as secretarias estaduais e municipais de saúde, continuará recebendo as ocorrências, dando apoio técnico e mantendo ativo o COES (Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública), para o estudo, a investigação e a definição do agente causador do aumento da ocorrência de microcefalia.
A SES informa ainda que tem reforçado as orientações aos municípios para que os serviços de vigilância estejam sensibilizados para a detecção oportuna dos casos de Zika Vírus e para que as recomendações de controle e manejo clínico sejam adotadas e realizadas adequadamente.
O que é microcefalia?
Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm.
A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma má formação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm.
Quais as causas desta condição?
Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos infecciosos, como bactérias, vírus, radiação e problemas genéticos.
A microcefalia pode levar a óbito ou deixar sequelas?
Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da sequela vão variar caso a caso. Tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.
Como é feito o diagnóstico?
Após o nascimento do recém-nascido, o primeiro exame físico é rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas do nascimento. Este período é um dos principais momentos para se realizar busca ativa de possíveis anomalias congênitas. Por isso, é importante que os profissionais de saúde fiquem sensíveis para notificar os casos de microcefalia no registro da doença no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc).
Qual o tratamento para a microcefalia?
Nos casos de microcefalia óssea existem tratamentos que propiciam um desenvolvimento normal do cérebro. Neste tipo, é possível corrigir a anomalia por meio de cirurgia. Geralmente, as crianças precisam de acompanhamento após o primeiro ano de vida. Nos demais casos, serão realizados estímulos para diminuir as consequências de incapacidade mental.
Há registro de ‘surtos’ de microcefalia em outros países?
Por enquanto, não há relatos na literatura científica e nem casos registrados em outros países da associação do zika vírus com a microcefalia. No entanto, nenhuma hipótese está sendo descartada.
Que exames estão sendo realizados nas crianças e nas gestantes dos estados que já notificaram o Ministério da Saúde?
A partir dos casos identificados em Pernambuco, estão sendo realizadas investigações epidemiológicas de campo, como revisão de prontuários e outros registros de atendimento médico da gestante e do recém-nascido. Também estão sendo feitas investigações com as mães. Os casos seguem para investigação laboratorial e exames de imagem como a tomografia computadorizada de crânio.
Neste momento, qual é a recomendação do Ministério da Saúde?
Neste momento, o Ministério da Saúde reforça às gestantes que não usem medicamentos não prescritos pelo médico e que façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos nesta fase, além de relatar qualquer alteração que perceberem durante a gestação. Além disso, é importante que os profissionais de saúde estejam atentos à avaliação cuidadosa do perímetro cerebral e à idade gestacional, assim como à notificação de casos suspeitos de microcefalia no registro de nascimento no Sinasc.
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